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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Brasileiros descobrem composto que reduz em até 80% a dor inflamatória

Uma nova molécula descoberta por cientistas brasileiros pode reduzir em até 80% a dor causada por inflamações agudas e crônicas provenientes de diabetes, artrite ou artrose, informou a Agência Fapesp
 
Em testes feitos com animais, a molécula mostrou capacidade para agir em dores neuropáticas, associadas ao sistema nervoso central, como lesão no nervo ciático ou pelo efeito de drogas quimioterápicas, com índice de redução da dor de até 60%.
 
A descoberta abre caminhos para a produção de remédios com menos efeitos colaterais contra dor causada por processos inflamatórios, segundo pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias vinculado à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que faz o estudo em parceria com o laboratório farmacêutico italiano Dompé.
 
Parte dos resultados dos testes pré-clínicos foi divulgada em artigo publicado em novembro na revista “PNAS” (Proceedings of the National Academy of Sciences).
 
“Estamos, no momento, realizando os testes toxicológicos e, caso sejam bem-sucedidos, poderemos planejar ensaios clínicos. Nosso objetivo é desenvolver um novo medicamento para dor com menos efeitos adversos que os anti-inflamatórios hoje disponíveis”, afirmou Thiago Mattar Cunha, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e autor do artigo, à agência Fapesp.
 
A nova droga tem como alvo um peptídeo conhecido como C5a, que desempenha papel mediador na dor inflamatória.
 
Para desempenhar seus efeitos biológicos, o peptídeo precisa se ligar a um receptor acoplados a proteínas — importantes para a sinalização celular — e que expresso em diversos tipos de células.
 
“Tivemos então a ideia de desenvolver uma molécula que, ao bloquear esse receptor, tivesse ação analgésica”, disse Cunha.
 
A molécula conhecida como DF2593A foi aplicada por via oral em animais com inflamação crônica e aguda.
 
“O mais interessante é que o composto foi capaz de bloquear a dor inflamatória sem afetar a dor fisiológica, que é importante para a sobrevivência. Ou seja, a capacidade de resposta a um estímulo doloroso se manteve nos animais não inflamados, quando tratados com DF2593A, o que não acontece quando se administra derivados de morfina, por exemplo”, afirmou Cunha.
 
UOL

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