J. Duran Machfee/Estadão Conteúdo/12.12.2014 Funcionários da Santa Casa realizaram um protesto na sexta-feira |
Além de firmar contratos com sobrepreço, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo também teve gastos indevidos com a folha de pagamento nos últimos cinco anos, segundo novos dados da análise nas contas da instituição realizada pela BDO RCS Auditores Independentes, contratada pela Secretaria Estadual da Saúde. Em crise financeira, a entidade tem dívida que supera os R$ 820 milhões.
De acordo com documentos da auditoria obtidos pela reportagem, um dos problemas detectados na política de recursos humanos foi o pagamento indevido de adicionais de insalubridade. Entre 2009 e 2014, o valor gasto pela entidade com o benefício aos funcionários do Hospital Central cresceu 74%. A auditoria concluiu que, dos R$ 56 milhões gastos com o adicional, R$ 14 milhões, ou 25% do total, foram indevidos.
Horas extras
Outro problema detectado foi a alta no pagamento de horas extras. No mesmo período analisado, o valor gasto saltou 66%. Os auditores encontraram 113 casos em que os funcionários da Santa Casa receberam por mais horas extras do que a lei permite. Em um dos casos, um funcionário com cargo de auxiliar de esterilização recebeu por 176 horas extras no mês, o que dá uma média de oito horas extras por dia, mas a lei permite apenas duas horas extras diárias.
Os auditores verificaram também a existência de 26 funcionários com salários entre R$ 20 mil e R$ 50 mil.
Procurada, a Santa Casa informou que a nova superintendência da instituição, que assumiu o controle da entidade em setembro, recebeu os números da auditoria na quinta-feira passada (11) e "ainda não teve tempo para se aprofundar na análise e fazer uma leitura em detalhes dos números". Disse que a nova gestão "se compromete a apurar qualquer irregularidade" que possa existir na instituição, adotando as medidas necessárias.
O Estado de São Paulo
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