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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Ministério da Saúde atrasa pagamento a hospitais do SUS

Hospital Mário Gatti, onde cirurgias estão sendo suspensas após anestesistas pedirem demissão
Foto: Cedoc/RAC - Hospital Mário Gatti está entre os que
 têm pagamento para receber do Ministério da Saúde
A Prefeitura de Campinas espera, há quase dez dias, o pagamento de R$ 18 milhões do Ministério da Saúde para repassar às 14 entidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, entre elas, os hospitais Mário Gatti, Celso Pierro, Maternidade de Campinas e Ouro Verde. O valor, referente ao mês de novembro, deveria ter sido pago na semana passada
 
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Carmino de Souza, a situação é grave. Para minimizar os problemas, informou que a Administração Municipal custeou o pagamento a dez entidades, mas os quatro hospitais, que partilham a maior fatia do bolo, ainda estão sem receber. O Ministério da Saúde afirmou que irá efetuar o depósito nos próximos dias, mas apenas 70% do valor.
 
Situação grave
"É uma situação grave. Hoje [quinta-feira] é dia 18 e ainda não recebemos os recursos da média e alta complexidade", disse Carmino. Ele afirmou que os recursos sempre são pagos entre o dia 5 e dia 10 de cada mês, e que desde quando assumiu o cargo, há quase dois anos, nunca houve um atraso tão grande como o de agora.
 
"Esse atraso é um problema porque é um recurso que cobre a área mais cara da saúde, que são os hospitais."
 
Para ajudar as entidades que recebem a menor parte do montante, a Prefeitura retirou do próprio caixa o valor que é pago mensalmente pelo governo federal. "Usamos recursos próprios para honrar os compromissos. Também pagamos o Cândido Ferreira, que não é um convênio pequeno, mas temos grande preocupação", disse o secretário.
 
Insegurança
Para ele, outra preocupação é com o não cumprimento dos prazos estipulados pelo próprio Ministério para a quitação, o que causa insegurança. "Havia perspectiva que o recurso viria no dia 16 (terça-feira), data divulgada pelo próprio Ministério, mas até agora não veio. Além disso, a informação é que virá apenas 70% do valor. Os outros 30% (referentes ao pagamento de novembro) serão pagos em janeiro."
 
Carmino disse que realizou contatos com o governo federal e que em todas as tentativas o retorno era sempre o mesmo: que o pagamento será feito. "Eu imagino que seja um problema nacional, não só Campinas, e que também deve estar atingindo todos os governos, estaduais e municipais. No caso de Campinas é mais grave porque temos gestão plena municipal e temos a responsabilidade no pagamento dessas entidades. Este ainda é uma mês complicado, onde as despesas são maiores, especialmente com pagamento do 13º salário. Estamos preocupados" , revelou.
 
Pagamento imediato
A esperança é que o dinheiro chegue ainda nesta sexta-feira (19), data considera limite pela Secretaria de Saúde de Campinas. "Assim que chegar vamos transferir automaticamente, porque os gestores têm compromisso com os prestadores. Eles estão aflitos, também, pois dependem desses recursos, que são milionários."
 
Carmino disse ter detalhado a situação ao prefeito Jonas Donizette (PSB). "A gente consegue administrar até certo nível", disse o secretário, que afirmou que os atrasos mensais já aconteceram, mas são conjunturais.
 
Apesar da falta dos recursos do Ministério da Saúde, Carmino tranquilizou os usuários do sistema. Disse que a cidade está preparada e as unidades de saúde possuem estoque de medicamentos, insumos e que não afetará o atendimento. "Procuramos ter a melhor relação possível, não deixando nenhuma pendência com os convênios. Todos nós temos compromissos, e tem uma coisa que eu pessoalmente considero sagrado, que é o salário das pessoas e me preocupa não fazer esse crédito por cota o 13º."
 
Mudanças no governo
Para ele, o momento é de insegurança, inclusive pelas mudanças políticas que estão em andamento. "A gente não sabe quem será o novo ministro da Saúde. O que esperamos é que esse dinheiro entre para honrarmos os compromissos, quitar tudo e começar 2015 um novo ano, novos projetos e sem atraso."
 
O Ministério da Saúde afirmou que recebeu apenas na terça-feira passada (16) um crédito suplementar do Ministério do Planejamento no valor de R$ 2 bilhões para custear os serviços de média e alta complexidade no País (estados e municípios), que mantêm em funcionamento a rede hospitalar. O montante corresponde a 70% dos recursos a serem pagos dezembro, que custeiam os gastos de novembro. Confirmou, ainda, que outros R$ 800 milhões - 30% restantes, serão pagos entre os dias 2 e 5 de janeiro.
 
A pasta garantiu que não há corte no pagamento. "Houve, sim, um atraso, que a gente está procurando honrar, mas não haverá corte. Serão pagos, mas com atraso", divulgou o ministério, por meio de assessoria de imprensa.
 
A pasta não informou quando o dinheiro será creditado na conta da Prefeitura de Campinas, afirmou, apenas, que os repasses já foram liberados pelo Tesouro e estão sendo depositados, o que pode variar de município para município. Questionado sobre o motivo do atraso, disse que alguns fatores contribuíram, como "a questão da reprogramação orçamentária financeira" do governo federal.
 
iG Paulista

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