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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Poluição pode dobrar o risco de grávida dar à luz criança autista, diz estudo

Foto Reprodução: Diretor de pesquisa ressalta que ‘nem todas as mães
expostas à poluição do ar terão filhos com autismo’
Pesquisa de Harvard deverá ajudar a desvendar os mistérios da doença
 
Rio - Mulheres grávidas podem quase dobrar o risco de dar à luz uma criança com autismo por inalação de fumaça expelida pelos veículos ou chaminés, de acordo com um novo estudo de Harvard que pode ajudar a desvendar os mais profundos mistérios do autismo.
 
A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira, fortalece descobertas científicas anteriores que ligavam a poluição do ar com o autismo. E oferece ideias frescas, mostrando que as mulheres em seus terceiros trimestres de gestação parecem estar mais vulneráveis à doença quando respiram níveis elevados de partículas transportadas pelo ar emitidas por usinas de energia, incêndios e automóveis. Os resultados aparecem on-line na revista "Environmental Health Perspectives".
 
— Encontramos uma associação que foi específica da gravidez e, especialmente, para o terceiro trimestre, identificando uma janela que pode lançar luz sobre os processos que podem levar ao autismo — disse Marc Weisskopf, autor sênior do estudo e professor associado de epidemiologia ambiental e ocupacional na Faculdade de Saúde Pública de Harvard.
 
Quanto mais elevada for a taxa de exposição, maior o risco, segundo ele. Ligar as mini toxinas ao último trimestre pode oferecer uma pista convincente, Weisskopf acrescentou, porque a maior parte do crescimento neuronal ocorre durante esses três meses - “um momento em que o desenvolvimento do cérebro pode ser afetado”.
 
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A equipe de Harvard observou mulheres grávidas que participaram do Estudo II de Saúde das Enfermeiras, um grupo de mais de 116 mil enfermeiras norte-americanas que concordaram em ser monitoradas a partir de 1989. Os pesquisadores acumularam dados sobre onde as participantes viveram durante a gravidez e seu cruzamento com a leitura de poluição do ar para essas áreas, registrado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.
 
Entre as mães, o pesquisador e seus colegas identificaram 245 crianças que foram diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA) durante o período de tempo analisado.
 
Embora os resultados de Harvard não sejam os primeiros a ligar poluição do ar com autismo, o papel está “entre os estudos mais fortes até agora”, apontou Michael Rosanoff, diretor de pesquisa em saúde pública para o grupo de defesa Autism Speaks.
 
— Nem todas as mães expostas à poluição do ar terão filhos com autismo — afirmou Rosanoff. — Nós sabemos que o autismo é complexo. Sabemos que existe biologia subjacente em combinação com a exposição ambiental que pode ter causado o autismo de seus filhos. (Mas) a poluição do ar parece aumentar o risco em duas vezes.
 
De fato, um outro indício descoberto pela equipe de Harvard parece focar no tamanho infinitesimal de algumas das partículas mais perigosas de poluição - derivando partículas que têm 2,5 mícrons de diâmetro ou são menores. Para fins de comparação, é de cerca de um mícron da largura de uma célula vermelha do sangue. Quando inaladas “as partículas finas” de carros, caminhões e emissões industriais podem penetrar profundamente nos pulmões.
 
— Nós estamos realmente construindo uma base sólida de evidência para a poluição do ar agora que está ficando forte — colocou Weisskopf. — Estamos chegando a um ponto em que a evidência aponta para um papel do meio ambiente no aumento do risco para o autismo.

O Globo

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