AFP: Na Itália, lei garante acesso ao procedimento até 90 dias de gravidez |
Rio - Italianas estão sendo privadas do seu direito de abortar devido à pressão do Vaticano. Médicos denunciam que a Igreja Católica está incentivando que hospitais só contratem profissionais que sejam contrários à prática.
Nove em dez obstetras e ginecologistas que trabalham em hospitais públicos em determinados distritos se recusam a fazer este tipo de operação apesar de ser validada em lei desde 1978. A legislação afirma que toda mulher tem o acesso garantido ao procedimento nos primeiros noventa dias de gravidez.
Este ano, Valentina Magnanti, de 28 anos, foi deixada para dar à luz uma criança gravemente malformada em um banheiro de um hospital em Roma porque nenhum dos médicos queria tratá-la. O pedido da mulher ao aborto induzido foi outorgado mas, após tomar os medicamentos necessários para a operação, o hospital não conseguiu fornecer equipe médica para concluir o procedimento.
Para a presidente da Free Association of Italian Gynaecologists (Associação Livre de Ginecologistas Italianas, em tradução livre), a lei deve ser cumprida.
— A mulher tem o direito ao aborto na legislação italiana mas isto não é seguro nos hospitais porque os funcionários não estão dispostos a atuar — disse ao Independent.
Para Elisabetta Canitano, outra integrante da associação, o caso demonstra uma briga entre a Igreja e o Estado.
— Na Itália, a influência do Vaticano é muito forte. A Igreja sempre esteve interessada em saúde e educação. Essa batalha é entre a Igreja e o Estado, e o Estado está ganhando — afirmou Canitano.
O Globo
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