Cientistas estão trabalhando na criação de um soro antiofídico universal contra mordidas de todas as mortais cobras da África Subsaariana
Pesquisadores da Escola de Medicina Tropical de Liverpool estão usando uma nova técnica chamada “antivenômica” para aumentar a potência na extração de venenos e produção dos soros, que tradicionalmente têm uma baixa taxa de sucesso devido à fraqueza do produto obtido.
Um avanço nesta área tem o potencial de salvar dezenas de milhares de vidas todos os anos. Mordidas de cobras matam 32 mil pessoas e causam invalidez permanente em outras 96 mil anualmente na África Subsaariana.
- Há mais de 20 espécies de cobras mortais na África Subsaariana e os médicos frequentemente dependem das descrições das vítimas para decidir que tratamento administrar – lembra Alistair Reid, diretor da Unidade de Venenos da instituição britânica.
Diante das informações limitadas, os médicos frequentemente decidem dar aos pacientes de mordidas de cobras soros de amplo espectro, ou poliespecíficos, para cobrir todas as espécies possíveis de serpentes, mas esta é uma opção cara que não é acessível aos agricultores de subsistência que são a maior parte das vítimas. Este método também aumenta as chances de efeitos colaterais severos.
Soros antiofídicos continuam limitados devido ao método com que são produzidos, algo que os pesquisadores esperam mudar. Atualmente, os venenos são extraídos de diversas espécies de cobra antes de serem injetados, em pequenas doses, em animais de grande porte. O animal então produz anticorpos contra o veneno, que são purificados de seu sangue para criar os soros antiofídicos.
Mas como apenas pequenas quantidades de veneno de cobras diferentes podem ser usados no processo, os soros resultantes são muito fracos. A instituição britânica, em parceria com o Instituto Clodomiro Picado, de San José, Costa Rica, e o Instituto de Biomedicina de Valência, na Espanha, espera mudar isso.
O Globo
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