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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Especialista ensina: mau humor pode atrapalhar a carreira

À Risca, livro da professora de Harvard Francesca Gino
Divulgação: À Risca, livro da professora de
 Harvard Francesca Gino
Ter controle emocional e uma visão mais ampla, que leva em consideração o ponto de vista dos outros, ajudar a manter o plano de carreira, ensina autora de livro "À Risca"
 
Indecisão, prepotência e falta de visão e até o mau humor são algumas das características pessoais que podem fazer com que indivíduos saiam do caminho que traçaram para suas carreiras e não executem bem suas decisões. A opinião é da professora e pesquisadora de Harvard, Francesca Gino, autora do livro "À Risca" (editora Da Boa Prosa).
 
“Muitas vezes existem ambiguidade e incerteza nos nossos empregos, e por isso nem todos os detalhes das decisões ou do contexto que estamos enfrentando são claros ou previsíveis. No entanto, as forças que inviabilizam as decisões das pessoas são previsíveis: eles sistematicamente intervêm para influenciar o comportamento. Mas também são inesperadas: as pessoas geralmente não percebem que estas forças influenciam as suas decisões”, afirmou a escritora italiana em conversa com o iG.
 
Veja as dicas de Francesca Gino para não desviar da rota:
 
Conheça bem os desafios
Já tomou uma decisão ou traçou um plano? Pois bem. Segundo a autora, existem três conjuntos de forças que explicam como as pessoas saem da rota: as forças internas, as forças de nossos relacionamentos com os outros e as forças do mundo exterior.

As forças de dentro incluem fatores que residem na mente. “Os exemplos incluem as crenças das pessoas indecisas e excessivamente positivas sobre suas habilidades e competências, as emoções causadas por eventos não relacionados com a decisão, e um foco excessivamente estreito para avaliar as informações”, explica.
 
Já as forças de relações referem-se a fatores que caracterizam os laços e interações com os outros. “As pessoas são seres humanos sociais, e as relações são benéficas para o seu bem-estar. No entanto, os laços com os outros muitas vezes inviabilizam suas decisões devido a vários fatores, como a dificuldade de entender a perspectiva dos outros e as comparações que fazem entre outros e a si mesmos”, diz Francesca.
 
As forças do mundo exterior referem-se a fatores situacionais que desviam as decisões das pessoas, como o contexto em que as pessoas operam.
 
Não se superestime 
Segundo a professora, as pessoas colocam muito peso sobre suas opiniões e muito pouco peso sobre a perspectiva dos outros. Além disso, têm opiniões excessivamente positivas sobre suas habilidades.
 
“A maioria das pessoas quer se mostrar como seres humanos competentes, eficazes e honestos. No entanto, mesmo quando elas estão totalmente comprometidas a agir de acordo com suas melhores intenções, alcançam resultados que têm pouca semelhança com seus objetivos iniciais”, afirma.
 
De acordo com Francesca, o melhor remédio para isso é aumentar sua própria consciência e elevar sua autocrítica. "Esse princípio também o ajudará a ser mais aberto às perspectivas e recomendações dos outros", diz Francesca em seu livro. 
 
Meça a sua temperatura emocional
Você já deixou de ouvir uma boa sugestão de um colega simplesmente porque estava de mau humor? Essa consciência emocional é importante quando estamos lidando com tomada de decisão.
 
As emoções causadas por eventos não relacionados com uma decisão podem influenciar sua execução. Segundo a autora, “conhecer melhor sua temperatura emocional pode melhorar as previsões sobre como você vai abordar decisões futuras e como suas emoções vão afetá-las”.
 
Amplie o foco
Muitas vezes, as pessoas se concentram demais em um determinado ponto de vista, e falham em ver o plano maior, incluindo papéis de outras pessoas, o que faz com que percam detalhes importantes.
 
“Ao aumentar o foco, você pode incluir informações mais relevantes em seu processo de tomada de decisão”, diz Francesca.
 
Atente-se ao ponto de vista de outras pessoas
“As decisões que tomamos ao seguirmos nossos planos podem facilmente sair dos trilhos pela nossa incapacidade de assumir a perspectiva alheia”, diz a autora em seu livro.
 
Portanto, quando estiver lidando com decisões que envolvem outras pessoas, tente analisá-las do ponto de vista delas.
 
Também atente-se aos seus laços e tenha certeza que está seguindo seus próprios planos, e não os que os outros impuseram a você.

iG

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