Hiper-pro-lac-ti-ne-mia, uma condição de
nome difícil, mas de fácil entendimento que significa uma produção excessiva do hormônio
prolactina pelo organismo da mulher
Tal disfunção interfere no
ciclo menstrual, na libido e na fertilidade de homens e mulheres
Uma
doença de nome complicado, mas que é mais comum do que se imagina e pode trazer
uma série de inconvenientes. Causada pela produção em excesso de hormônio
prolactina – que, entre outras funções, é responsável pela produção do leite
materno – a hiperprolactinemia é um distúrbio que, se não identificado a tempo,
pode atrasar o diagnóstico de um tumor benigno.
Um dos principais
sintomas da doença é a produção de leite fora do período normal de amamentação
após o parto.
“É a
chamada galactorréia", explica Nina Musolino, médica-supervisora do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), que ainda esclarece: “a
hiperprolactinemia também causa alterações menstruais, como irregularidade e até
falta de menstruação, e em homens, redução da potência sexual, além de redução
da libido e infertilidade em ambos os sexos”.
Entre as principais causas da
hiperprolactinemia está o uso de alguns medicamentos, entre eles,
antipsicóticos, antiácidos, antieméticos (remédios para enjoo) e
anti-hipertensivos. Estresse, casos de hipotireoidismo primário e síndrome dos
ovários policísticos também estão relacionados com o surgimento da
alteração.
Diagnóstico da hiperprolactinemia
Além dos sintomas relacionados, o diagnóstico da
hiperprolactinemia é feito por meio de um exame laboratorial que mede
a concentração de prolactina no sangue. Níveis acima de 20 ou 25 ng/ml
caracterizam o distúrbio. Já quando o resultado da análise for acima de 100
ng/ml, existe a possibilidade da existência de um tumor benigno da hipófise.
“Esses tumores podem causar distúrbios neurológicos como cefaleia e perda
visual”, diz a médica. Porém vale ressaltar que, geralmente, as consequências
são reversíveis e os tumores são muito sensíveis ao tratamento
medicamentoso.
Tratamento da hiperprolactinemia
Na maioria dos casos de hiperprolactinemia, o tratamento é feito com
medicamentos com ação semelhante à da dopamina, como Dostinex (cabergolina), que
agem diretamente na hipófise, reduzindo a produção da prolactina.
“A cabergolina tem ação semelhante à dopamina e
é o principal medicamento utilizado no combate à doença
porque tem melhores resultados e menor interferência de efeitos colaterais”, diz
a especialista.
Mesmo nos casos de tumores produtores de prolactina (prolactinomas) a
substância é o tratamento de escolha.
“A duração do tratamento vai depender da causa da hiperprolactinemia e é muito variável. O medicamento pode ser indicado por muitos anos sem prejuízo do efeito”, conclui.
Em situações de falta de resposta à cabergolina, deve-se considerar a possibilidade de cirurgia para retirada do prolactinoma: no Brasil, apenas 15% a 20% dos indivíduos com hiperprolactinemia precisam ser submetidos à cirurgia.
“A duração do tratamento vai depender da causa da hiperprolactinemia e é muito variável. O medicamento pode ser indicado por muitos anos sem prejuízo do efeito”, conclui.
Em situações de falta de resposta à cabergolina, deve-se considerar a possibilidade de cirurgia para retirada do prolactinoma: no Brasil, apenas 15% a 20% dos indivíduos com hiperprolactinemia precisam ser submetidos à cirurgia.
Saúde Mulher
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