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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Pesquisa diz que 45% admitem fazer sexo sem camisinha, diz ministério

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante lançamento de campanha de prevenção de DST/Ainds no Ministério da Saúde (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro Arthur Chioro, durante lançamento de campanha
de prevenção de DST/Ainds no Ministério da Saúde
Dados mostram que 94% reconhecem eficiência do método de prevenção. Pasta lança campanha que inclui distribuição de 120 milhões de camisinhas
 
Pesquisa do Ministério da Saúde com base em dados de 2013 mostrou que 94% da população sexualmente ativa reconhecem a eficiência da camisinha como prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), mas que 45% admitem que não recorreram ao método nos 12 meses anteriores ao levantamento. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (28), durante lançamento de campanha de prevenção de DST/Aids no carnaval, que aconteceu na sede da pasta federal.
 
Segundo o ministério, os dados estão dentro do previsto e são semelhantes aos levantamentos de 2004 e de 2008. Na primeira pesquisa, 58% admitiam ter se relacionado sexualmente sem preservativo e 96,9% reconheciam a eficiência da camisinha. Em 2008, 48% declararam ter feito sexo sem preservativo e 96,6% tinham a percepção da importância na prevenção de doenças.

“Isso significa, de maneira muito contundente, que não podemos continuar lidando na sociedade brasileira apenas com o preservativo. É uma mensagem muito clara. A camisinha perde seu espaço? Em hipótese alguma. Mas precisaremos lidar com outras estratégias”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Na pesquisa de 2004, a taxa de detecção entre jovens de 15 a 24 anos era de 9,6 casos por 100 mil habitantes. Em 2013, o índice subiu para 12,7 casos. Para o ministro, o avanço na qualidade de vida dos pacientes soropositivos resultou em uma geração com menos medo de contrair a doença. Como exemplo, ele citou artistas e personalidades que morreram em decorrência da Aids nos anos 1980 e serviram como “referência” para gerações anteriores.
 
Arte DST Bem Estar (Foto: Arte/G1)“Não podemos continuar desconsiderando essa mudança. Isso tem a ver com a história natural da doença, atualizada para os padrões de 2015. Ela não é a mesma doença de 30 anos atrás”, disse Chioro. “Não podemos passar a ideia de que, por haver medicação eficaz, a doença é uma coisa glamurosa. Temos que pensar em dimensão coletiva, afinal, é uma DST. A interrupção da cadeia de transmissão é desejável.”

O levantamento também mostra que a porcentagem de pessoas que tiveram mais de 5 parceiros eventuais no último ano subiu de 9,3%, em 2008, para 12,1% em 2013. A população sexualmente ativa com mais de 10 parceiros na vida subiu de 25,9%, em 2008, para 43,9%, em 2013.

“Há bastante tempo, vem se discutindo que o aumento dos casos de Aids pode estar relacionado a uma geração com mais liberdade sexual que a anterior. Houve um crescimento importante no número de pessoas com mais de 10 parceiros sexuais na vida”, diz o diretor do departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
 
Campanha
Com base na pesquisa, o ministério lançou nesta quarta-feira (28) a campanha de prevenção e combate à Aids para o carnaval de 2015. Com a hashtag “#partiuteste”, o governo pretende atingir jovens de 15 a 25 anos com o objetivo de reforçar a prevenção, o teste e o tratamento da doença no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Nâo vamos usar o #partiuteste apenas no carnaval, mas em todo o ano. É uma maneira de fazer mobilização com uma linguagem próxima aos jovens. Várias iniciativas, utilizando mídias sociais, estão sendo desenvolvidas. Quem vê aparência não vai conseguir identificar se a outra pessoa da relação tem ou não o HIV”, declarou Chioro.

A testagem de sorologia para HIV também será reforçada pela campanha, mas não há uma estratégia unificada para oferecer os exames. “O Ministério da Saúde trabalha com os municípios e estados.
 
Alguns já anteciparam que vão fazer em clubes, sambódromos ou carnavais de rua, espaços para a testagem de sorologia. Outros disseram que vão convocar os foliões para fazerem a testagem depois. A estratégia é variada, como foi nos anos anteriores”, diz o ministro.

Camisinhas nos aeroportos
O Ministério da Saúde informou que vai disponibilizar 120 milhões de preservativos na campanha de prevenção de DTS/Aids para o carnaval de 2014. Segundo a pasta, são 70 milhões de camisinhas adquiridas mais 50 milhões de produtos que já estavam no estoque.
 
A iniciativa inclui a instalação de máquinas de camisinhas nos aeroportos de Salvador, na Bahia, de Recife, em Pernambuco e no Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Os terminais estão entre os de maior movimento de pessoas durante o carnaval.

G1

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