Maíra Teixeira/iG - Médicos querem provocar a saída de Kalil Rocha Abdalla da Santa Casa |
Um grupo de médicos da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo está coletando assinaturas entre os 500 membros da irmandade para tentar afastar em definitivo o provedor da instituição, Kalil Rocha Abdalla.
Abdalla licenciou-se do posto por 90 dias no último dia 22 de dezembro sob o pretexto de não prejudicar as investigações de contratos superfaturados e corrupção que estão sendo apuradas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.
O MP investiga acusações de má gestão e um endividamento que ultrapassa os R$ 773 milhões, segundo auditoria realizada pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. O vice-provedor Rui Altenfelder responde pela entidade até o retorno de Abdalla.
Integrante do Movimento Santa Casa Viva, o cirurgião José Gustavo Parreira disse que o grupo está próximo das 100 assinaturas necessárias.
"As assinaturas são apenas um primeiro passo. De posse delas, podemos provocar a convocação de uma assembleia extraordinária que vai debater duas pautas: o afastamento do provedor e a convocação de novas eleições dali a 60 dias", explica o cirurgião.
Cauteloso, Parreira evita especular sobre o número de adesões que o grupo já possui, reconhece inclusive que recebeu negativas, mas destaca que o Movimento Santa Casa Viva "não tem acusações a quem quer que seja". "As acusações ficam com as autoridades", diz.
Ele esclarece que o Movimento Santa Casa viva foi articulado, inicialmente, entre os membros da irmandade e que os médicos da instituição, muitos igualmente ligados à irmandade, assumiram a coleta de assinaturas.
O principal argumento do grupo é que está evidente um sentimento de mudança na instituição por conta de um endividamento que exigirá "medidas duras e que certamente terá efeito sobre o corpo de funcionários e os usuários da Santa Casa".
A crise da instituição teria ficado evidente com o fechamento da emergência da Santa Casa em julho do ano passado. "O doutor Kalil foi eleito em abril e em maio já tivemos o fechamento da emergência. Faltou transparência. Sabíamos da crise, mas não que ela tinha tamanha gravidade", relata José Gustavo Parreira.
iG
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