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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Quando é melhor fazer home care ou deixar o idoso em uma casa de repouso?

A decisão depende de uma série de fatores e é dificultada pela sensação de culpa que os familiares podem sentir
 
Por Dr. Roberto Miranda - Geriatra
 
A decisão de manter um idoso no ambiente domiciliar ou em uma casa de repouso ainda gera muitas dúvidas e angústias nas famílias, pois o tema é permeado por questões de valores morais, como sentimento de culpa, abandono e a dificuldade em escolher o lugar mais adequado.
 
Quando o idoso tem condições de decidir sobre sua própria vida cabe a ele primeiramente escolher qual a melhor alternativa para o cuidado. Ele pode permanecer em sua própria casa (contando com o auxílio de um cuidador), mudar-se para a casa de um filho ou familiar próximo (onde será cuidado pelos familiares e, quando possível, por um cuidador profissional) ou ser levado para uma instituição asilar ou casa de repouso.
 
Primeiramente é importante entender que esses lares denominados de Instituições de Longa Permanência para idosos (ILPIs), podem ser uma opção tanto de moradia quanto de prestação de cuidados à saúde e os motivos que levarão um idoso a viver nestes locais são diversos e podem estar relacionados entre si ou não.                             
 
Por exemplo, há idosos saudáveis e independentes que preferem morar numa instituição por sentirem mais segurança e terem mais contatos com outras pessoas. Morar com familiares nem sempre significa conviver diariamente com eles, a vida moderna nos envolve num grande número de atividades e papéis sociais, principalmente a atividade profissional, indispensável para subsistência da família e do próprio idoso.                             
 
Há situações em que idosos acamados, totalmente dependentes, são mantidos no ambiente domiciliar, de forma segura, com apoio de serviços de saúde domiciliares como as empresas de home care. Isso não significa que são mais amados do que os outros, mas que a estrutura familiar permite isso, pois é necessário que haja algum familiar que gerencie essa prestação de cuidados, além de recurso financeiro.                             
 
O contrário também acontece quando os cuidados de saúde são intensos, e mesmo com o apoio de uma empresa, a família não tem condições e disponibilidade de tempo para gerenciar esses cuidados, pois muitos filhos de idosos dividem seu tempo com o trabalho, o cuidado com a sua própria casa e filhos pequenos. Além disso, às vezes é necessário levar o idoso para morar na casa dos filhos, o que nem sempre é possível pela estrutura física do local.                             
 
Geralmente esse dilema surge quando a capacidade funcional começa a se deteriorar de forma mais acentuada e os idosos passam a depender de outra pessoa para realizar atividades cotidianas básicas, como alimentação, higiene pessoal, banho, vestir-se e andar, o que pode trazer sobrecarga de trabalho para quem cuida, estresse físico e emocional, pois nem todos têm perfil e aptidão para administrar essa situação o que pode levar a uma assistência inadequada ao idoso, e desta forma sendo mais seguro a institucionalização.                             
 
Portanto, não há um único fator que define a ida de um idoso para uma casa de repouso ou sua permanência no seu próprio domicílio ou morar com um familiar. O importante é ter consciente de que qual seja a decisão, a família pode proporcionar carinho e atenção, seja fazendo visitas constantes na instituição, levando o idoso em casa e a pequenos passeios (quando suas condições de saúde permitir). Agindo assim, o sentimento de culpa é minimizado, e a institucionalização passa a ser percebida como uma alternativa de garantir segurança e cuidados a alguém tão querido.        
 
Como escolher uma casa de repouso
Caso a melhor solução seja levar seu familiar idoso para residir numa instituição, alguns cuidados básicos devem ser tomados, pois escolher um lar de idosos para hospedar um familiar é um assunto sério que deve ser ponderado com o máximo de cuidado. Para ajudá-lo, segue abaixo algumas orientações.                             
 
- Faça visitas a várias instituições antes de decidir. Se possível, visite mais de uma vez no local que pretende escolher, em horários diferentes, para checar se as informações correspondem
 
- Certifique-se que a documentação da Instituição esteja adequada, tanto em relação ao alvará de funcionamento quanto ao seu quadro de funcionários
 
- Confirme se o número de funcionários é adequado ao número de moradores e suas necessidades
 
- Se possível, escolha um local de fácil acesso, para poder visitá-lo com frequência
 
- Observe se o lugar tem estrutura para responder às necessidades específicas do idoso em questão, como rampas de acesso, boa iluminação, ventilação, conforto, piso antiderrapante, presença de barras de apoio nos banheiros e corrimão em corredores, luzes de emergência, luz de presença noturna
 
- Verifique qual é o procedimento em caso do idoso adoecer ou sofrer algum acidente
 
- Há algum sistema de alerta de emergência nos quartos e banheiro, caso o idoso precise pedir ajuda
 
- É importante que haja reuniões periódicas para fazer um balanço da vida do idoso no lar, principalmente no período de adaptação
 
- Visite a cozinha, veja sua limpeza, condições de seus equipamento e asseio dos funcionários
 
- Certifique-se da presença de extintor de incêndio e saídas de emergência bem sinalizadas.
 
Desta forma, devemos remover preconceitos antigos e decidir de forma o mais racional possível, com esses cuidados, qual a melhor forma de cuidar de nosso ente querido.
 
Esse artigo foi escrito em parceria com Mariela Besse, terapeuta ocupacional do Instituto Longevità. Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo. Afiliada à Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal de São Paulo. Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia seção São Paulo. 
 
Minha Vida                           

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