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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

CGU investigará fluxo de insumos e medicamentos em hospitais federais do RJ

A Controladoria Geral da União (CGU) abrirá auditoria para analisar falhas dos sistemas de controle de medicamentos e insumos hospitalares dos seis hospitais federais do Rio de Janeiro. Domingo (1º), denúncia do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou que próteses são retiradas do almoxarifado sem o registro da destinação do produto
 
A reportagem registrou casos ocorridos no período de 2010 a 2012, quando, em nome de um paciente, foram retiradas mais próteses do que o necessário para o procedimento. No caso do aposentado José Linhares, citado na matéria, foram 12 stents em seu nome, mas apenas um foi implantado em sua artéria. Cada stent custava aproximadamente R$ 11 mil.
 
A auditoria foi determinada pelo ministro Valdir Simão e, segundo a assessoria da CGU, a área técnica está definindo o escopo do trabalho. O objetivo da investigação é analisar como o sistema informatizado de cada hospital permite a saída de produtos sem informações sobre quem irá usá-lo.
 
Com a conclusão da auditoria, a CGU poderá enviar recomendações aos hospitais e iniciar processos administrativos contra funcionários e empresas.
 
De acordo com nota da CGU, investigações de 2012 mostram diversas irregularidades no manejo de insumos hospitalares nesses estabelecimentos. Segundo a controladoria, verificação feita no ano passado mostrou que quatro dos seis hospitais investigados em 2012 não cumpriram as recomendações.
 
No Hospital Federal do Andaraí, por exemplo, não foram seguidas 76% das recomendações da CGU, que tratavam da necessidade de adequação do controle de estoque da farmácia, do almoxarifado e do laboratório, de modo a permitir rastreabilidade.
 
À época, foram encontrados nesses hospitais indícios de superfaturamento na aquisição de produtos, montagem de pesquisa de preços em pregão, fragilidades no planejamento e no gerenciamento das compras e falhas no gerenciamento das compras. Os hospitais federais de Ipanema, de Bonsucesso, dos Servidores do Estado e da Lagoa também são investigados.
 
Conforme o Ministério da Saúde, no ano passado, começaram a ser implantadas medidas para aprimorar o processo envolvendo o gerenciamento de material médico-hospitalar e medicamentos, da aquisição até a distribuição.
 
O ministério condenou as irregularidades e, por meio de nota, informou que haverá reforço nas recomendações após as denúncias do programa. Representantes da pasta acrescentaram que as denúncias serão encaminhada à Polícia Federal para investigação.
 
Depois das primeiras denúncias do Fantástico, no início de janeiro, o Ministério da Justiça determinou que a Polícia Federal (PF), a Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investigassem irregularidades na prescrição de dispositivos médicos, como próteses ortopédicas. Foi criado, à época, um grupo de trabalho interministerial para aprimorar os procedimentos envolvendo órteses e próteses.
 
Agência Brasil

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