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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Consumo de castanha pode melhorar função cognitiva

Consumo de castanha pode melhorar função cognitiva Reprodução/ReproduçãoNa pesquisa, foram selecionados 20 idosos de ambos os sexos, sendo que 95% deles apresentavam deficiência em selênio
 
Uma pesquisa da USP mostrou que o consumo diário de uma castanha-do-brasil — conhecida também como castanha-do-pará — recuperou a deficiência de selênio e teve efeitos positivos sobre as funções cognitivas de idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL), considerado um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e demências, como o Alzheimer.

A nutricionista Bárbara Cardoso explica que o CCL é caracterizado pela perda cognitiva (processo que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem) maior do que o esperado para a idade.

Entre as análises feitas pela nutricionista, está a associação entre os níveis de selênio e o estresse oxidativo (excesso de radicais livres em comparação com o sistema protetor de cada célula) em pessoas com CCL. Bárbara explica que o estresse oxidativo está envolvido no declínio cognitivo. Pacientes com comprometimento cognitivo leve ou Alzheimer apresentam maiores níveis de estresse oxidativo.
 
— Com o avanço da idade, os neurônios apresentam maior ineficiência no processo de produção de energia, com o aumento da geração de radicais livres. Já a capacidade do sistema antioxidante, que combate esses radicais, tende a reduzir. Esse descompasso contribui para o comprometimento cognitivo leve porque os radicais livres acabam afetando o sistema motor, sensorial, a memória e o aprendizado — afirma.

O selênio é um importante mineral que constitui enzimas antioxidantes que tem, como finalidade, combater a formação de radicais livres. Os resultados da pesquisa indicam que o consumo da castanha-do-brasil pode melhorar a resposta antioxidante e atenuar o declínio cognitivo.
 
Na pesquisa, foram selecionados 20 idosos de ambos os sexos, sendo que 95% deles apresentavam deficiência em selênio. Durante seis meses, a nutricionista acompanhou dois grupos de idosos. O primeiro ingeriu uma castanha-do-brasil por dia e o outro não recebeu nenhuma intervenção. Após o período, no grupo que consumiu a castanha diariamente, todos deixaram de apresentar a deficiência de selênio.

Os grupos também passaram por avaliação neuropsicológica antes e depois da intervenção com a castanha-do-brasil.
 
— Os testes analisaram domínios cognitivos, como a fluência verbal, capacidade de copiar desenhos, reconhecimento de figuras, entre outros. E o grupo que ingeriu a castanha apresentou melhora nos aspectos de fluência verbal, avaliada pelo número de animais que o entrevistado consegue mencionar durante um minuto, e praxia construtiva, avaliada pela capacidade do entrevistado em fazer cópia de quatro desenhos apresentados pelo examinador (círculo, losango, retângulos sobrepostos e cubo) — explica a cientista.
 
Segundo a nutricionista, “apenas uma unidade de castanha-do-brasil forneceu 288,75 microgramas de selênio ao dia, aumentando o consumo de selênio para além da recomendação diária (55 microgramas/dia), mas sem ultrapassar o limite tolerável de 400 microgramas”.

Zero Hora

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