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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dieta da pimenta pode ajudar a perder peso

Agência O Globo: Pimenta malagueta: algumas variedades do
 gênero Capsicum contém uma substância que suprime a
 obesidade causada por uma dieta rica em gordura
Washington— Não comece a mastigar um punhado de pimenta ainda, mas pode ser que esses frutos picantes ajudem a emagrecer
 
Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, um terço da população mundial está, atualmente, obesa ou com sobrepeso. A estatística assustadora tornou uma prioridade para muitos cientistas encontrar formas de combater a obesidade.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Wyoming, nos Estados Unidos, encontrou esperança na substância capsaicina, principal ingrediente das pimentas que pertencem ao gênero Capsicum, que poderia se tornar uma poderosa arma contra o ganho de peso, se acrescido à dieta. Existe uma enorme variedade dessas plantas, conhecidas internacionalmente como pimentas “chilli”: malagueta, dedo-de-moça, biquinho e jalapeño são algumas das mais fáceis de encontrar no Brasil.
 
A tentação de comer alimentos gordurosos muitas vezes é tão forte que, para muitos, pode ser maior do que a vontade de emagrecer. Como solução para este problema, os cientistas da universidade americana desenvolveram uma nova forma de estimular o metabolismo da energia, sem a necessidade de restringir a ingestão de calorias.
 
Durante a 59ª Reunião Anual da Sociedade de Biofísica, que aconteceu neste sábado em Baltimore, os pesquisadores do laboratório dirigido pelo doutor Baskaran Thyagarajan, descreveram como a capsaicina pode estimular a termogênese e a queima de energia, ativando seus receptores: as células de gordura branca e marrom. Isso pode ajudar a prevenir e combater a obesidade e outras complicações de saúde relacionadas, como a diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Esses efeitos, no entanto, ainda não foram comprovados com testes clínicos.
 
Divulgação/Baskaran Thyagarajan - Dieta apimentada ajuda a combater a obesidade
 
— A obesidade é causada por um desequilíbrio entre a ingestão de calorias e a dissipação de energia — explicou Vivek Krishnan, um estudante de pós-graduação que trabalha no laboratório do doutor Thyagarajan, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Wyoming. — Em nossos corpos, as células de gordura branca armazenam energia, e as células de gordura marrom servem como máquinas que queimam a gordura armazenada. Comer alimentos ricos em calorias, aliado à falta de atividade física, causa um desequilíbrio no metabolismo, o que leva à obesidade.
 
Durante o estudo, os dados laboratoriais revelaram que a capsaicina dietética — importante “agonista” (substância química que estimula uma resposta) dos receptores TRPV1, que se acoplam à proteína — suprime a obesidade causada por uma dieta rica em gordura.
 
O grupo de pesquisa — batizado Baskilab — percebeu que a capsaicina dietética previniu o ganho de peso em ratos comuns com uma dieta rica em gordura. Mas a mesma estratégia não funcionou com ratos que carecem de TRPV1 em seu organismo.
 
Além disso, a capsaicina dietética não modificou os hábitos de ingestão de alimentos ou de água nos camundongos, embora tenha aumentado significativamente a atividade metabólica e o gasto energético nos ratos silvestres com uma dieta rica em gordura.
 
Portanto, a hipótese do Baskilab é que a capsaicina dietética induz o escurecimento do tecido adiposo branco e estimula a termogênese para o combate à obesidade.
 
— O principal objetivo do nosso trabalho é ampliar o conhecimento sobre o mecanismo utilizado pela capsaicina para combater a obesidade, bem como provar o potencial da substância na dieta. A seguir, vamos nos concentrar em nosso objetivo de prazo de desenvolver agonistas para os receptores TRPV1 como novas drogas para prevenir e tratar a obesidade — disse Krishnan.
 
O desenvolvimento de um suplemento dietético natural para combater a obesidade provavelmente avançará rápido para testes clínicos em humanos.
 
— Prevemos uma fórmula de liberação lenta com nanopartículas de capsaicina, que está atualmente em desenvolvimento em nosso laboratório — adiantou o pesquisador, acrescentando que o medicamento seria formulado com um dose muito pequena do composto químico.
 
O Globo

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