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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Jovens ugandenses desenvolvem exame para malária com smartphones

Foto: Latinstock
Vetor: mosquito da espécie Anopheles gambiae, transmissor da malária
Tecnologia usa luz para diagnóstico e resultado sai em menos de um minuto
 
Rio – Um teste simples, rápido, barato e indolor que usa smartphones para fazer o diagnóstico de malária pode ajudar no combate à doença, que atinge principalmente a população de países pobres e mata cerca de 500 mil pessoas anualmente em todo mundo. Desenvolvido por uma equipe de jovens ugandenses, um pequeno acessório conectado nos celulares, apelidado Matibabu, usa luz para detectar e examinar o formato das hemácias, as células vermelhas do sangue, sob a pele, emitindo o resultado em apenas um minuto, informa o site de notícias “Biztech Africa”.
 
Segundo o site, Brian Gitta, estudante de ciências da computação da Universidade de Makerere, em Uganda, teve a ideia para o exame quando era tratado para febre tifoide e malária em um hospital local, o que lhe provocou aversão a agulhas. Em geral, o diagnóstico da malária é feito por meio de um exame em que amostras de sangue são retiradas do paciente e observadas sob um microscópio, o que exige o trabalho de profissionais de saúde e laboratórios, recursos escassos em países pobres.
 
Assim, além de eliminar a necessidade de agulhas, a iniciativa de Gitta limita o risco de infecções e permite que o teste seja realizado em locais onde não existe uma estrutura de atendimento à saúde.
 
Para criar o Matibabu, Gitta convocou os colegas Businge Joshua, Josiah Kavuma e Simon Lubambo.
 
Juntos, eles descobriram que há anos sensores de luz são usados para detectar a oxigenação no sangue e viram que esta tecnologia poderia ser adaptada para fazer o diagnóstico da malária e construíram um protótipo que poderia ser conectado a smartphones para fazer o trabalho. Ao tocar a tela do acessório, ele detecta as hemácias e seu formato é transmitido para a tela do celular. Estas células vermelhas do sangue são normalmente bicôncavas, mas quando infectadas pelo plasmódio causador da doença elas reagem à luz mudando seu formato e perdendo esta característica, num indicativo claro para o diagnóstico.
 
- Eu odiava as agulhas e fiquei imaginando se haveria alguma maneira de as pessoas serem diagnosticadas sem dor – contou ele ao “Biztech Africa”. - Não há margem de erro quando se usa esta técnica. Já o método com as amostras de sangue tem espaço para erros, já que algumas delas podem não mostrar sinais da infecção nos estágios iniciais da doença.
 
Depois de testes bem-sucedidos em Kampala, capital de Uganda, a equipe agora espera encontrar um parceiro entre organizações que lutam contra a malária para produzir uma versão comercial do acessório.

O Globo

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