Felix Zhan AFP: Escola vazia em Berlim, na Alemanha, devido a um caso de sarampo |
Rio - Uma criança de 18 meses morreu de sarampo em Berlim. Esta foi a primeira vítima fatal de um surto que já contaminou mais de 570 pessoas desde outubro na Alemanha. Os médicos ainda não sabem informar onde ou como o menino, que morreu num hospital, contraiu a doença.
Assim como nos EUA, onde mais de 140 pessoas já foram contaminadas por sarampo desde janeiro, a epidemia na Alemanha levantou um debate sobre famílias que não vacinam seus filhos. No país europeu, cogita-se até mesmo tornar a vacinação compulsória.
"Levamos muito a sério essa situação", disse uma porta-voz do Ministério da Saúde, ressaltando que a divulgação sobre o surto pode incentivar famílias a vacinar. "Se isso não ajudar, então teremos que discutir outras formas"
O ministro da Saúde, Hermann Groehe, disse no fim de semana que "o medo irracional de algumas pessoas contra a vacinação é irresponsável. Famílias que negam a seus filhos a vacina estão não apenas deixando suas crianças sob risco mas também outros, e isso pode levar a sérios problemas de saúde."
O sarampo afeta cerca de 20 milhões de pessoas por ano, mas a doença está concentrada em países pobres da África e da Ásia. Porém, recentemente, surtos localizados chamam atenção em países onde o problema era considerado superado. Nos EUA, a doença chegou a ser declarada erradicada em 2000, mas, em 2014, o país registrou o maior número de casos em 20 anos. Autoridades responsabilizam as famílias que se recusam a vacinar seus filhos pela volta do problema.
No Brasil, o estado do Ceará enfrenta um grave surto de sarampo, que respondeu por 695 dos 729 casos em 2014.
O sarampo deixa a maioria das pessoas doente por algumas semanas. A enfermidade é tratável, mas enfraquece o sistema imunológico e causa infecções nos pulmões e no cérebro. Pode levar a morte.
Famílias que não protegem seus filhos alegam que a vacina tem efeitos colaterais perigosos, entre eles, um aumento no risco de autismo. Especialistas e governos, porém, afirmam e reafirmam que o medicamento é seguro e eficaz. E que depende da adesão de toda a sociedade para evitar a disseminação do sarampo.
O Globo
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