Estudo revela que o uso do remédio reduz em 30% a incidência desse tumor. Benefício não vale, porém, para pessoas com uma variação genética nos cromossomos 12 e 15
Tomar aspirina ou ibuprofeno tende a reduzir o risco de desenvolver câncer de cólon para a maioria das pessoas, mas não funciona em uma minoria que possui algumas variações genéticas. A revelação é de um estudo publicado nesta terça-feira no periódico Jama.
Pesquisadores revisaram dez estudos da Austrália, Canadá, Alemanha e Estados Unidos que reuniram, no total, mais de 16.000 pessoas. Os dados confirmaram que o uso regular de aspirina e outros anti-inflamatórios não-esteroides, como o ibuprofeno, diminui em 30% a probabilidade de desenvolver câncer colo retal para a maior parte das pessoas. O benefício preventivo, no entanto, não foi observado em indivíduos com variantes incomuns em genes nos cromossomos 12 e 15.
Uma vez que o uso de aspirina e outros anti-inflamatórios têm efeitos adversos como sangramento intestinal, os médicos devem avaliar junto aos pacientes os potenciais perigos e benefícios do seu consumo. "O estudo sugere que o perfil genético de uma pessoa pode ajudar na tomada desta decisão", afirmou Andrew Chan, coautor da pesquisa e professor da Escola de Medicina de Harvard.
Teste genético
Chan ressalva que ainda é cedo para o mapeamento genético guiar os cuidados clínicos, uma vez que as descobertas precisam ser validadas em grupos mais heterogêneos de pacientes. A pesquisa não incluiu negros, por exemplo, que têm taxas elevadas de câncer colorretal.
Em um editorial associado à pesquisa, Richard Wender, da Associação Americana de Câncer, afirma que, em futuro não muito distante, testes genéticos eficientes e baratos poderão ajudar a definir intervenções que diminuem os riscos de doenças. "A habilidade de traduzir o mapeamento genético em tratamentos preventivos personalizados ainda está um pouco longe, mas, com estudos como este, o caminho fica mais iluminado", afirmou.
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