Crianças apresentam sintomas diferentes dos adultos para dengue e Chikungunya |
Várias cidades do Sudeste estão em surto de dengue e tem deixado a população em alerta. Nas crianças, a dengue pode ser ainda mais grave. De acordo com especialistas, a dengue pode ser assintomática ou apresentar sinais e sintomas inespecíficos, como fraqueza, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.
Já a febre Chikungunya, transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, pode causar bolhas na pele das crianças. Nos pequenos também é observado maior ocorrência de comprometimento neurológico devido à infecção, tais como meningoencefalites e convulsões, além de comprometimento cardíaco.
Por isso, especialmente para crianças menores de dois anos e recém nascidos, é preciso que os pais e responsáveis estejam atentos aos cuidados para evitar a picada do mosquito e, havendo sintomas, é essencial o tratamento correto, afirma Francisco Ivanildo de Oliveira Junior, médico infectologista do Hospital Infantil Sabará.
— A sintomatologia das duas doenças é muito parecida, mas é importante que se faça o diagnóstico correto, já que ambas podem ter complicações graves nas crianças pequenas.
A febre Chikungunya, apesar de ter menor taxa de letalidade se comparada à dengue, tem possibilidade de evolução para fase sub aguda (10 a 90 dias de sintomas) e até mesmo crônica (90 dias até 3 a 5 anos – essa mais comum em mulheres adultas).
Nos menores de dois anos de idade — especialmente em crianças com menos de seis meses — sintomas como cefaleia, dor retro-orbitária, mialgias e artralgias (dor muscular e dor articular) podem manifestar-se por choro persistente, fraqueza e irritabilidade, geralmente com ausência de manifestações respiratórias, podendo ser confundidos com outros quadros infecciosos febris, próprios da faixa etária.
— Na criança, o início das duas doenças pode passar despercebido e o quadro grave ser identificado como a primeira manifestação clínica. O agravamento, em geral, é súbito, diferente do que ocorre no adulto, que é gradual, em que os sinais de alarme são mais facilmente detectados.
De acordo com o pediatra e neonatologista, Jorge Huberman, os sintomas podem ainda regredir alguns dias depois de aparecerem deixando uma falsa impressão de melhora para os pais dos pequenos, mas o quadro clínico depois pode voltar a piorar. Existe ainda uma forma mais grave, a dengue hemorrágica. Ela acontece quando a pessoa já foi infectada anteriormente por um tipo diferente do vírus.
— Na dengue hemorrágica os sintomas são mais intensos. Podem acontecer hemorragias nasais, gengivais, urinárias e gastrointestinais. Há também ocorrências raras em que a pressão arterial baixa tanto que pode levar a um choque e até a morte.
Huberman ressalta que não é indicado medicar a criança antes de consultar um médico.
— Mais importante do que medicar, além de levar ao médico caso algum sintoma apareça, é
prevenir a contaminação e não deixar água acumulada em casa.
R7
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