Por não conhecer os sinais, tempo do diagnóstico do problema em mulheres é maio
Dr. Bruno Valdigem
Dr. Bruno Valdigem
CARDIOLOGIA - CRM 118535/SP
Infarto ou angina são formas de apresentação da doença arterial coronariana. O músculo cardíaco (miocárdio) é alimentado através das artérias coronárias, que levam sangue da aorta até as fibras. O coração não consegue utilizar o sangue que passa por dentro dele e é bombeado para o restante do corpo.
Ao longo da vida, parte do colesterol é depositado dentro das artérias, diminuindo a luz por onde passa o sangue. Essa dificuldade do miocárdio em receber sangue oxigenado leva a sofrimento do músculo (isquemia), causando dor durante o esforço físico. Às vezes essa gordura cresce tanto que rompe para dentro da luz da coronária, obstruindo totalmente o vaso e causando intenso sofrimento e morte das fibras musculares (infarto).
Infarto em homens
Em homens a dor do infarto geralmente é percebida como uma pressão no peito, mal definida, uma dor que a pessoa não sabe dizer de onde vem. Não é possível localizar com um dedo. A dor pode ser acompanhada de suor sem estar sentindo calor ("suor frio"), dor em braços, dor na boca do estômago e até dor na mandíbula. Tonturas e desmaios durante a dor podem acontecer.
Infarto em mulheres
Em mulheres os sintomas variam mais. As dores podem ser descritas como queimação, pontadas, facadas, em região do peito. As dores em mulheres geralmente são subvalorizadas, pois classicamente mulheres antes da menopausa têm menos chance de ter infarto que homens da mesma idade. Hoje mulheres fumam, bebem, tem trabalhos estressantes e se exercitam pouco. Usam anticoncepcionais, que associados a alguns outros fatores de risco, como dieta inadequada e sedentarismo, bem como cigarro, aumentam a chance de trombose e infarto.
Tratamento
O tempo da entrada em um pronto socorro até o diagnóstico é maior para as mulheres, e isso faz diferença na evolução da internação. Em doença coronariana usamos a frase "tempo é músculo", o que significa que quanto mais tempo leva para tratar, maior o dano ao miocárdio. Mulheres são menos submetidas a trombólise que homens - trombólise é o tratamento com uma medicação que tenta desobstruir de forma aguda a coronária durante infarto agudo do miocárdio.
O tratamento para homens e mulheres é o mesmo. Medicação via oral, em casos menos graves. Medicação intravenosa, como trombolíticos, quando observamos que artéria esta completamente obstruída. E angioplastia, sempre que disponível, que permite localizar onde está a obstrução e tratar de uma forma pontual, bem localizada e geralmente de forma mais duradoura que a trombólise. É colocado um "stent", um alicerce de metal por dentro da obstrução para evitar que feche novamente.
Foto: ADAM
Minha Vida
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