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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dor abdominal, gases e diarreia podem ser sinal de intolerância à lactose

Especialista explica que há diferenças desta condição em relação à alergia ao leite

Você sofre com dores abdominais, gases ou diarreia? Saiba que pode ser intolerância à lactose.

De acordo com a nutricionista Andreia Naves, quem sofre desta condição tem deficiência de lactase — enzima responsável pela quebra da lactose em duas moléculas, a galactose e a glicose. De uma maneira mais simples, quando essa pessoa consome alimentos derivados do leite, ela apresenta sintomas gastrointestinais, como dor e distensão abdominal, gases, movimentos intestinais irregulares e até diarreia.

— A definição correta de intolerância alimentar é quando um indivíduo, após consumo de determinado alimento, vivencia uma série de sintomas exclusivamente gastrointestinais, como dor abdominal e diarreia. Eles são desencadeados por uma deficiência enzimática que impossibilita a completa digestão de um determinado nutriente, muito frequentemente um tipo de açúcar, que fermenta no intestino.

Por isso, nestes casos, a recomendação é a de exclusão dos alimentos que contém lactose da dieta.

De acordo com a especialista, é preciso procurar um médico se os sintomas persistirem por muito tempo, para não causar problemas mais sérios no organismo.

— Uma vez que os sintomas de intolerância alimentar são dor e distensão abdominal, gases, movimentos intestinais irregulares e diarreia, a pessoa pode sentir falta de apetite, deficiências nutricionais devido à reduzida ingestão e absorção intestinal de nutrientes e, em casos mais graves de diarreia, desidratação.

A doença é genética, mas há também outras maneiras de desenvolver a intolerância à lactose, explica Andreia.

— A deficiência enzimática é genética, mas podem existir outros fatores que contribuem para a reduzida produção da enzima. Qualquer agente irritante da mucosa intestinal pode prejudicar a produção da lactase. Além disso, pode haver deficiência de estímulo: quanto menor o consumo de lactose, menor a produção da lactase. Sem falar que a produção da enzima diminui com a idade.

Apesar de o leite ser uma grande fonte de cálcio, a nutricionista explica que é possível absorver a lactose de outros alimentos.

— O leite apresenta sim uma quantidade considerável de cálcio, mas devemos nos atentar ao fato de que o cálcio presente no leite e seus derivados não é totalmente absorvido. Apenas 32,1% do cálcio presente no leite é retido. A couve, repolho e brócolis, por exemplo, são alimentos fontes de cálcio com maior poder de absorção: 58,8%, 52,7% e 61,3%, respectivamente. Há também outros nutrientes para manutenção da saúde, como magnésio, ferro, vitamina C, vitamina K e compostos bioativos como glicosinolatos nestes alimentos. Com relação à vitamina D, o ovo de galinha, por exemplo, apresenta quantidade superior à de leite e seus derivados.

Então, se a pessoa tiver uma alimentação equilibrada, ela não terá prejuízos em seu organismo devido a falta de derivados do leite.

— A lactose é um tipo de açúcar presente em laticínios e não consumir essa classe de alimentos não implica em deficiências nutricionais, desde que o indivíduo tenha uma dieta equilibrada e rica em verduras e legumes.

É intolerância ou alergia alimentar?
Muitas pessoas confundem a intolerância à lactose com alergia ao leite, devido da similaridade dos sintomas, segundo Andreia.

— As reações adversas a alimentos são basicamente dividas em dois tipos: tóxicas e não tóxicas. As reações não tóxicas dividem-se em dois grandes subgrupos, nomeadamente reações mediadas pelo sistema imunológico [alergias alimentares] e não mediadas pelo sistema imunológico [intolerâncias alimentares].

As alergias alimentares são definidas como uma reação desencadeada pelo consumo de um determinado alimento que gera uma reação do sistema imunológico que, por sua vez, origina uma gama de sintomas tanto intestinais como extra-intestinais, explica Andreia

 — As alergias alimentares são basicamente divididas em dois tipos: alergia alimentar mediada por imunoglobulinas E, e alergia alimentar não mediada por imunoglobulinas E (IgE). A alergia alimentar mediada por IgE é aquela em que o indivíduo apresenta uma série de sintomas como erupções e placas avermelhadas na pele, coceira, inchaço nos olhos e lábios, falta de ar e, em casos mais graves, anafilaxia. Os sintomas podem surgir em até duas horas após o consumo do alimento desencadeante. O outro tipo de alergia alimentar, não mediada por IgE, é um tipo de alergia em que é difícil relacionar os sintomas com o consumo de alimentos, pois podem aparecer até 72 horas após da ingestão.

De acordo com a especialista, os sintomas do segundo tipo de alergia são muito variados: dor de cabeça e enxaqueca, constipação intestinal, dor articular, entre outros, e não correm da mesma maneira quando diferentes pessoas ingerem o mesmo nutriente.

— Nestas alergias alimentares, também chamadas de alergias tardias devido ao tempo de aparição dos sintomas, o teste mais confiável é a exclusão do alimento que se desconfia ser causador dos sinais e sintomas, acompanhado da reintrodução, após um determinado tempo, do mesmo na dieta do indivíduo de forma rotativa.

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, a prevalência de alergia alimentar é maior em crianças (6% a 8% em crianças com menos de três anos de idade) do que em adultos (2% a 3% da população). Já com relação às intolerâncias alimentares, sua prevalência pode variar entre 10% a 90%, dependendo da etnia.

Foto: Thinkstock

R7

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