Doença sexualmente transmissível de maior prevalência no mundo é pouco rastreada por médicos e pouco conhecida das mulheres
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a cada ano ocorram em torno de 92 milhões de novos casos de clamídia em todo mundo. No entanto, apenas uma pequena parcela deles é diagnosticada e tratada.
Isso porque a clamídia é uma doença sexualmente transmissível silenciosa, ou seja, em 80% dos casos não há sintomas.
Nos 20% restantes, as mulheres podem apresentar corrimento, febre, cansaço, dores durante a relação sexual e sangramentos esporádicos. Além disso, o exame rotineiro ginecológico e o papanicolaou não são eficientes para identificá-la.
O problema ganha contornos mais perigosos já que, em geral, a doença só é descoberta quando uma de suas seqüelas se instalou: a mais comum delas é a infertilidade. “Sempre que a paciente está tentando engravidar sem sucesso, investigamos as tubas uterinas. O comprometimento dessas estruturas é a seqüela mais usual da clamídia não tratada”, afirma a ginecologista Flavia Fairbanks. Além disso, pode haver evolução para uma doença inflamatória pélvica, para uma infecção perihepática (ao redor do fígado) ou contribuir para uma gravidez ectópica (fora da cavidade uterina, que pode resultar na ruptura das trompas).
Dificilmente as conseqüências mais graves podem ser revertidas. “Enquanto for apenas infecção, é possível tratá-la. Mas se deu fibrose e comprometeu a trompa, não há como”, alerta Paulo Giraldo, professor do departamento de Tocoginecologia da Universidade de Campinas (Unicamp).
A clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatist, transmitida por contato sexual (vaginal, anal e oral) e também de mãe para filho no momento do parto. Neste caso, pode trazer conseqüências sérias para o recém-nascido. “É comum pingar nitrato de prata nos olhos do bebê a fim de evitar a contaminação ocular por uma eventual clamídia”, afirma Fairbanks. Nos olhos, a doença pode levar à cegueira.
Exames
O exame específico para detecção – uma cultura específica do canal endocervical - não é um pedido médico frequente. Adolescentes sexualmente ativas e mulheres com múltiplos parceiros compõem o principal grupo de risco. As jovens estão mais propensas porque o cérvix, uma abertura do útero onde a infecção se localiza, está menos protegida.
Para Flávia Fairbanks, no entanto, não é necessário que o exame faça parte da rotina ginecológica anual, mas é interessante que ele seja feito pelo menos uma vez, principalmente por quem tem mais chances de contrair a doença. Já Giraldo é mais categórico. “Os médicos deveriam investigar. A prevalência da doença é mais alta do que hepatite, por exemplo, e poder ter conseqüências graves”, alerta.
O exame é caro, não está disponível na rede pública de saúde e enfrenta resistência por parte dos planos de saúde, segundo os especialistas.
Tem cura e prevenção
A infecção em si tem cura e seu tratamento é simples e relativamente rápido. O uso de antibióticos pelo período de 10 a 20 dias, dependendo de cada caso, costuma ser a melhor opção. Para o ginecologista Pablo Roberto Novik, do Hospital CECMI, o tratamento adequado deve-se levar em conta a especificidade da bactéria e a possibilidade de uso em cada paciente (alergias). O tratamento deve ser feito pelo casal. "As mulheres relatam que é difícil convencer o parceiro a aderir ao remédio, justamente pela falta de sintomas. Porém, de nada adianta se só um deles for tratado e eles tiverem relações sexuais sem camisinha", alerta Flávia.
Evitar a doença também é fácil. Em geral, a clamídia é pouco comum em quem tem relações monogâmicas há muito tempo, ou seja, não tem muitos parceiros. Além disso, o uso de preservativos em toda relação sexual é eficiente na prevenção dessa e de outras doenças sexualmente transmissíveis.
Sexually transmitted disease most prevalent in the world is somewhat screened by doctors and little known women
The World Health Organization (WHO) estimates that each year occur around 92 million new cases of chlamydia worldwide. However, only a small portion of them are diagnosed and treated.
That's because the chlamydia is a sexually transmitted disease Silent, ie 80% of cases are asymptomatic.
In the remaining 20%, and women may have a runny nose, fever, fatigue, pain during intercourse and bleeding sporadic. In addition, a routine gynecological and pap smear are not efficient to identify it.
The problem gets more dangerous as outlines, in general, the disease is only discovered when one of its sequels settled: the most common is infertility. "Where the patient is trying to get pregnant without success, we investigated the womb. The involvement of these structures is the most common sequelae of untreated chlamydia, "says gynecologist Flavia Fairbanks. In addition, there may be progression to pelvic inflammatory disease to perihepatic infection (around the liver) or contribute to an ectopic (outside the uterine cavity, which can result in rupture of the Fallopian tubes).
Hardly the most serious consequences can be reversed. "As long as the infection but you can treat it. But it gave fibrosis and compromised horn, there is no way, "says Paul Giraldo, a professor of the Department of Obstetrics and Gynecology, University of Campinas (UNICAMP).
Chlamydia is caused by the bacterium Chlamydia trachomatist, transmitted by sexual contact (vaginal, anal and oral) and also from mother to child at birth. In this case, can have serious consequences for the newborn. "It's common drip silver nitrate in the baby's eyes to avoid eye contamination by a possible chlamydia," says Fairbanks. In the eyes, the disease can lead to blindness.
Examinations
The specific test for detection - a specific culture of the endocervical canal - is a common medical application. Sexually active adolescents and women with multiple partners comprise the main risk group. Young women are more likely because the cervix, the opening of the uterus where the infection is located, is less protected.
To Flávia Fairbanks, however, is not necessary that the examination be part of routine annual gynecological, but it is interesting that it is done at least once, especially for those who have more chances of contracting the disease. Already Giraldo is more blunt. "Doctors should investigate. The prevalence is higher than hepatitis, for example, and can have serious consequences, "he warns.
The test is expensive, not available in public health and faces resistance from health plans, experts say.
It has healing and prevention
The infection itself is healing and the treatment is simple and relatively quick. The use of antibiotics for a period of 10 to 20 days, depending on each case, usually the best option. For the gynecologist Pablo Roberto Novik, Hospital CECMI, proper treatment should take into account the specificity of the bacteria and the possibility of use in each patient (allergies). Treatment should be done by the couple. "Women report that it is difficult to convince the partner to join the drug, because of the lack of symptoms. But of no use if only one is treated and they have sex without condoms," says Flavia.
Preventing the disease is also easy. In general, chlamydia is uncommon in monogamous relationships who have long, or do not have many partners. Furthermore, the use of condoms in every sexual act is effective in preventing this and other sexually transmitted diseases.
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