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terça-feira, 19 de abril de 2011

Médicos defendem maconha terapêutica Medical marijuana advocate therapy

Preconceito emperra pesquisa sobre o uso da planta em remédios, dizem especialistas
Prejudice sticks research on plant use in medicine, experts say

ISIS BRUM - Jornal da Tarde

O lançamento mundial de um medicamento produzido à base de maconha pela farmacêutica britânica GW Pharma, e que será comercializado na América do Norte e na Europa pelo laboratório Novartis, reacendeu as discussões entre os especialistas brasileiros sobre o uso medicinal da droga no País. Por aqui, o princípio ativo do remédio (Sativex), usado para aliviar a dor de pacientes com esclerose múltipla, não é permitido.

O Brasil é signatário de tratados diversos que consideram a substância ilícita, o que dificulta inclusive o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre as propriedades terapêuticas da planta e suas reações no cérebro.

Pesquisadores ouvidos pelo JT comparam a importância do estudo da cannabis sativa (nome científico da maconha) com a relevância do ópio para o desenvolvimento da morfina – medicamento essencial para o tratamento da dor aguda. E reforçam o argumento de que a possibilidade de uso medicinal não é sinônimo de liberação ou legalização da droga.

"O medicamento tem estudo clínico, existem proporções corretas das substâncias usadas, imprescindíveis ao seu funcionamento", defende Hercílio Pereira de Oliveira Júnior, médico psiquiatra do Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com Oliveira Júnior, ao contrário do remédio, a droga ilícita não tem padrões de equilíbrio entre os substratos terapêuticos e pode causar danos à saúde de quem a consome. "Pode ampliar a ansiedade, causar um estado depressivo e psicótico, com alucinações, e problemas pulmonares provocados pelo ato de fumar."

Perspectivas

Estudos comprovam que a cannabis reduz os efeitos colaterais da quimioterapia, como náusea e vômito, estimula o apetite em pacientes com aids, pode ser usada para tratar o glaucoma e aliviar a dor crônica. "As perspectivas científicas mostram que vale a pena aprofundar os estudos sobre a planta", avalia Oliveira Júnior.

O Sativex, por exemplo, não é vendido como cigarro – e sim na forma de um spray. Sua composição reúne apenas dois substratos da maconha: o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol.

"Não causa mais ou menos dependência do que calmantes e antidepressivos. A dependência não é argumento considerável para proibir até mesmo a pesquisa", diz Dartiu Xavier da Silveira, professor livre-docente em Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.

Defensor da criação de uma agência reguladora para o setor, Oliveira critica a legislação restritiva brasileira e afirma que o preconceito trava a pesquisa de medicamentos que poderiam ser desenvolvidos até para tratar a dependência química.

"A questão não é proibir, mas controlar. Não se proíbe a morfina porque algumas pessoas fazem mau uso", avalia. O psiquiatra lembra que não é necessário o plantio em terras brasileiras da maconha para os estudos. "Para pesquisa, podemos importar."

Diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp, o psicofarmacologista Elisaldo Carlini também acredita que o Brasil está atrasado em relação às pesquisas sobre o potencial terapêutico da maconha por puro preconceito.

"No século passado, foi considerada droga diabólica e só nos últimos 30 anos é que se retomaram os estudos terapêuticos", conta Carlini. De acordo com ele, pesquisas mostraram que o cérebro humano possui ramais de neurotransmissores e receptores sensíveis ao estímulo da cannabis. O sistema foi chamado de endocanabinoide, que, se cientificamente estudado e estimulado, pode levar ao alívio ou à cura de várias doenças.

Legislação

Até o momento, a legislação brasileira proíbe o consumo de qualquer medicamento à base de maconha. Mas uma decisão judicial pode autorizar seu uso em casos específicos.

A comercialização do Sativex ainda não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procurada pelo Jornal da Tarde, a agência não se manifestou sobre o assunto.

The worldwide launch of a product produced from marijuana by British pharmaceutical GW Pharma, which will be marketed in North America and Europe by the laboratory Novartis, reignited the discussions among Brazilian specialists on the medical use of drugs in the country Around here , the active ingredient of the medicine (Sativex), used to relieve pain in patients with multiple sclerosis, is not allowed.

Brazil is a signatory to several treaties that consider the illegal substance, which makes even the development of scientific research on the therapeutic properties of plants and their reactions in the brain.

Experts consulted by JT compare the importance of studying the cannabis sativa (marijuana scientific name) with the relevance of opium for the development of morphine - essential medicine for the treatment of acute pain. And strengthen the argument that the possibility of medical use is not synonymous with liberation or legalization of drugs.

"The drug has clinical study, there are correct proportions of the substances used, essential to its operation," argues Hercílio Pereira de Oliveira Junior, a psychiatrist from the Interdisciplinary Program of Studies on Alcohol and Drugs (GREA), University of São Paulo (USP).

According to Oliveira Junior, unlike the drug, the illegal drug has no standards for the balance between therapeutic and substrates can damage the health of those who consume it. "It may increase the anxiety, cause a depressive mood and psychotic, with hallucinations, and lung problems caused by smoking."

Perspectives

Studies show that cannabis reduces side effects of chemotherapy such as nausea and vomiting, stimulating appetite in AIDS patients, can be used to treat glaucoma and to relieve chronic pain. "The scientific perspectives show that it is worth further study on the plant", says Oliveira Junior.

Sativex, for example, is not sold as a cigarette - but in the form of a spray. Its composition meets only two substrates of marijuana: delta9-tetrahydrocannabinol and cannabidiol.

"It causes more or less addictive than tranquilizers and antidepressants. Reliance is not an argument for banning even considerable research," says Dartiu Xavier da Silveira, associate professor of Psychiatry at the Federal University of São Paulo.

Advocate the creation of a regulatory agency for the sector, Oliveira criticized the restrictive legislation in Brazil and claims that the prejudice hangs drug research that could be developed up to treat addiction.

"The question is not prohibited, but control. Morphine is not forbidden because some people are misusing" he said. The psychiatrist notes that it is not necessary in Brazilian land planting marijuana for studies. "For research, we can import."

Director of the Brazilian Information Center on Psychotropic Drugs (Cebrid) Unifesp the psychopharmacologist Elisaldo Carlini also believes that Brazil is lagging behind the research on the therapeutic potential of marijuana pure prejudice.

"In the last century, was considered evil and only drug in the last 30 years is that it took over the therapeutic studies," said Carlini. According to him, research has shown that the human brain has extensions of neurotransmitters and receptors sensitive to stimulation of cannabis. The system was called endocannabinoids, which have been scientifically studied and stimulated, can bring relief or cure of various diseases.

Legislation

So far, the Brazilian legislation prohibits the use of any drug based on marijuana. But a court may authorize its use in specific cases.

The marketing of Sativex has not been authorized by the National Sanitary Surveillance Agency (Anvisa). Sought by the Jornal da Tarde, the agency would not comment on the matter.

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