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terça-feira, 5 de julho de 2011

Doença pneumocócica mata duas crianças por hora

Vacinação ainda é melhor opção de combate ao problema


Com a baixa nas temperaturas e a chegada iminente do inverno, as doenças pneumocócicas, que tem prevalência nessa época, voltam a rondar a população.

São mais comuns – e mais preocupantes - em crianças de até três anos, mas também podem acometer a população acima dos 60.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, duas crianças morrem por hora vítimas de doenças causadas pelas bactérias que estão alojadas na cavidade oral e nasal.

Meningite e pneumonia, por exemplo, são causadas por essas bactérias, presentes em até 85% das crianças menores de cinco anos. Embora o número de portadores seja grande, nem todos desenvolverão alguma doença. A transmissão é fácil, ocorre de um individuo a outro por meio de gotículas de saliva ou muco. A alta taxa de mortalidade preocupa médicos e especialistas: a cada 10 pessoas com meningite, quatro morrem.
Dos seis sobreviventes, três ficam com deficiências  auditivas.

A maneira mais eficaz de evitar doenças como essas ainda é preveni-las por meio da imunização. Até o ano passado, a vacina mais utilizada no Brasil era a 7-valente, que como o próprio nome indica, contém sete sorotipos de bactérias diferentes. Neste ano, o Ministério da Saúde trocou-a pela 10-valente, protegendo a população de mais três sorotipos. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) está avaliando outra vacina, com 13 sorotipos, que, se aprovada, deve entrar no mercado em breve.

“Poucas medidas de saúde pública conseguem resultados tão extraordinários em tão pouco tempo quanto a inserção da vacinação”, avalia Luiza Helena Falleiros, infectologista pediátrica do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo.

Nos Estados Unidos, após a introdução da imunização em menores de dois anos a taxa de hospitalização por pneumonia pneumocócica reduziu 58% e por meningite 82% em menores de dois anos.

Um estudo realizado em Goiás avaliou 14.750 crianças na faixa etária mais atingida durante dois anos, em diversas regiões do Estado. De acordo com os dados da pesquisa, a cada 100 mil crianças, 55 vão ter alguma doença pneumocócica.

“A carga da doença é alta no Brasil, este é o primeiro estudo que mostra isso, que realmente mensurou a incidência da doença”, diz Ana Lúcio Andrade, infectologista e epidemiologista da Universidade Federal de Goiás (UFG).

O mesmo estudo demonstrou que o risco de pegar pneumonia é 80% maior em regiões com menor cobertura vacinal, o que reforça a importância da imunização.

Resistência a penicilina

O principal tratamento contra as doenças pneumocócicas utilizado pelos médicos é o antibiótico. Hoje, o uso indiscriminado desta classe de remédios está gerando bactérias cada vez mais resistentes e, com isso, mais difíceis de tratar.

“Quem causa a resistência bacteriana é o médico, porque é ele quem prescreve o medicamento. Ou ainda o farmacêutico ou a mãe que automedica seu filho”, alerta Luiza Helena Falleiros.

Esse tipo de atitude foi percebido pelos pesquisadores durante estudo realizado pela UFG. “O mais preocupante é que as mães, quando chegam aos hospitais, já estão dando antibióticos para as crianças. Assim, o diagnóstico fica mais difícil e as bactérias vão ganhando resistência a esses medicamentos”, avalia a infectologista Ana Lucio de Andrade.

Neste âmbito, mais uma vez a vacina é a solução. Com a queda no número de casos das doenças, a tendência natural é a redução na prescrição de antibióticos. “Prescrevendo menos esse tipo de medicamento há também uma redução no número de pneumococos resistentes a penicilina em 98%”, relata Luiza Helena. Na opinião da infectologista, a melhor maneira de controlar a doença ainda é a prevenção. “A vacinação é a medicina do futuro”, avalia.

http://delas.ig.com.br/filhos/doenca+pneumococica+mata+duas+criancas+por+hora/n1237581130723.html

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