Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



terça-feira, 5 de julho de 2011

Jalecos médicos sob suspeita

Protetores ou agentes transmissores de bactérias? Saiba o que os profissionais de saúde carregam em seus aventais

Além dos jalecos médicos, uniformes, gravatas, estetoscópios e canetas podem conter germes

A Organização Mundial de Saúde (OMS), entre outras instituições de referência em biossegurança, recomendam aos profissionais de saúde a utilização de jalecos a fim de fornecer uma barreira de proteção contra acidentes e incidentes e reduzir a oportunidade de transmissão de microorganismos.

Acontece que eles podem ser justamente os agentes transmissores de doenças – tanto do hospital para a rua, como da rua para o hospital. Um estudo apresentado em 2010, intitulado “O potencial da vestimenta médica como possível fonte e veículo de transmissão de microorganismos”, orientado pela professora Maria Elisa Zuliani Maluf, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), encontrou alta concentração de bactérias nos jalecos médicos.

Cerca de 95% das vestimentas – em especial nas regiões dos punhos e dos bolsos - estavam contaminadas. Entre as bactérias havia a Staphylococcus aureus, considerada um das principais agentes de infecção hospitalar.

Pelo sim, pelo não, tendo como objetivo evitar a contaminação de pacientes, recentemente foi sancionada no estado de São Paulo uma lei que proíbe o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) fora do ambiente de trabalho. Ou seja, os profissionais de saúde não podem circular com jalecos fora de seu ambiente profissional.

Embora não exista até o momento nenhuma comprovação ou descrição de casos de infecção ou contaminação de pessoas que tiveram contato com médicos que usam jalecos em ambientes não hospitalares, algumas enfermidades podem ser transmitidas pelo contato com as bactérias ali contidas.
“Entre elas estão diarreias, hepatite, gastrenterite e gripe”, diz a infectologista Fátima Lima, do Hospital Jayme da Fonte, do Recife.

Sobre a lei, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) se pronunciou por meio de um comunicado, alertando que não só os jalecos e aventais podem conter germes, mas também uniformes, roupas comuns, gravatas, sapatos, bolsas, estetoscópios, óculos, celulares, mouses, teclados, tablets, relógios de pulso e outros objetos usados por médicos e profissionais de saúde no ambiente de trabalho, o que não significa que sejam necessariamente transmissores de doenças.

A entidade médica diz ainda que apoia e promove todas as medidas de biossegurança capazes de prevenir ou reduzir a exposição da população e dos profissionais a riscos limitados aos respectivos locais de trabalho. Isso inclui o uso correto de EPI e a adoção de medidas simples e eficazes, como o ato do profissional lavar as mãos durante o trabalho e antes de sair às ruas.
A médica Fátima Lima endossa a ação higiênica: “Mais do que a roupa, a principal medida para evitar doenças é lavar as mãos, antes e após o atendimento. Os médicos devem incorporar isso à rotina de trabalho”.

Segundo a OMS, que até instituiu o dia 15 de outubro como o Dia Mundial de Lavagem das Mãos, o ato de esfregar as mãos deve durar de 15 a 20 segundos – o ritual completo de limpeza levaria cerca de 50 segundos.

Lavar as mãos: medida simples e eficaz contra a transmissão de doenças

O infectologista Moacir Jucá, do Hospital Esperança, do Recife, enumera a seguir o passo a passo da lavagem de mãos:

- Molhe as mãos com água
- Aplique a quantidade suficiente de sabonete
- Ensaboe as palmas das mãos, esfregando-as entre si
- Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa
- Entrelace os dedos e esfregue os espaços entre eles
- Encaixe as mãos em forma de meia concha e faça movimentos segurando os dedos
- Esfregue o polegar esquerdo utilizando-se de movimento circular com o auxílio da palma da mão direita e vice-versa
- Esfregue as pontas dos dedos e unhas contra as palmas das mãos fazendo movimentos circulares
- Enxague bem as mãos
- Enxugue bem as mãos, de preferência com papel-toalha.

http://saude.ig.com.br/minhasaude/jalecos+medicos+sob+suspeita/n1597049856783.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário