Cada vez mais se fala em combate ao sedentarismo e estímulo à qualidade de vida. E iniciativas como academias ao ar livre para a comunidade e para a terceira idade estão por toda parte. Mas um grupo estava excluído: o dos deficientes físicos e cadeirantes.
Dando um primeiro e importante passo para ampliar a inclusão dessas pessoas à sociedade, foi montado em Florianópolis (SC) o Espaço TopMed de Lazer e Saúde.
Instalado em uma das áreas mais nobres da capital catarinense, na Beira-Mar Norte, a academia ao ar livre integra áreas para crianças, adultos e deficientes, com acesso fácil e adaptado.
“Antes a gente ficava só observando, vendo os outros se exercitarem. Agora também somos parte, temos um espaço apropriado, e podemos tirar proveito da atividade física que tantos benefícios trazem para a saúde”, diz José Roberto Leal, o seu Zezinho, presidente da Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef).
Para os idealizadores, o empreendimento é uma ferramenta que contribui para prevenção dos mais diversos males. “Quando incentivamos a pessoa a sair do sedentarismo, a iniciar uma atividade física e melhorar sua alimentação, estamos trabalhando para que ela fique menos doente”, diz Renata Zobaran, diretora-médica da TopMed, que em parceria com a prefeitura de Florianópolis já inaugurou 18 academias ao ar livre para a população em geral, recebendo um público superior a 50 mil pessoas por mês.
Outro objetivo desse novo espaço é promover maior socialização do deficiente físico. “Muitas vezes o cadeirante é prisioneiro em sua própria casa. Não sai porque os acessos são difíceis e porque não encontra local onde possa se sentir inserido como qualquer outra pessoa. Ali, estamos todos juntos”, comemora seu Zezinho, que diz que mais de 40 deficientes já estão fazendo uso cotidiano da academia. “Esse número vai multiplicar no verão”, acredita.
O espaço existe e é um incentivo e tanto para a prática esportiva. Mas ainda falta um monitoramento profissional mais constante para que os usuários possam usufruir com segurança dos equipamentos.
“Trata-se de uma ação inovadora e que veio abrir caminhos. Mas é imprescindível que se tenha um professor de educação física para orientar os deficientes. Fazer o exercício errado ou em demasia pode acabar levando a lesões”, adverte a educadora física Rosssana Claudia da Silva, da Aflodef. Seu Zezinho concorda: “Sempre que possível vamos levar profissionais da nossa associação para ajudar quem está começando”.
A médica Renata Zobaran diz que a parceria com a prefeitura prevê um professor para orientação dos praticantes, que estará na academia em horários pré-determinados. Há projeto para outra academia do gênero na periferia de Florianópolis. “É o início de um processo. Seria bom que mais pessoas se inspirassem nessas iniciativas”, finaliza.
Fonte IG
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