No Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla, médico afirma que se iniciado na primeira crise, tratamento permite qualidade de vida para o paciente
Nesta terça-feira, 30 de agosto, comemorou-se o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla, data de reforço da importância do diagnóstico e do tratamento precoces da doença que atinge mais de 2,5 milhões de pessoas. Apesar de o diagnóstico da EM não ser simples, pois, de acordo com o médico Roberto Carneiro de Oliveira, os sintomas são semelhantes aos de outras patologias neurológicas, detectá-la precocemente contribui para o bom andamento do tratamento.
— O diagnóstico precoce está ligado ao tratamento precoce, o que permite reduzir a incidência de sequelas — explica.
Segundo o médico, quando iniciado ainda na primeira crise, o tratamento permite uma grande melhora na qualidade de vida do paciente no futuro.
— Tendo em vista que cerca de 76% dos pacientes que apresentam o primeiro surto terá novas crises ao longo da vida, tratar precocemente a esclerose múltipla (EM) permite melhor controle sobre a evolução da doença, com menos surtos e com episódios de menor intensidade — explica.
Impacto do diagnósticoNo entanto, o impacto inicial do diagnóstico pode gerar apreensão. Uma pesquisa realizada pela Bayer HealthCare Pharmaceuticals com 650 pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla em 12 países, entre eles o Brasil, demonstrou que oito entre dez pessoas se sentiram ansiosas e confusas no momento da descoberta, sendo os maiores medos destes pacientes ficarem inválidos (65%) e se tornarem um peso para a família (61%). Em relação à carreira, cerca de 60% dos entrevistados ficaram preocupados com a capacidade de executar o trabalho.
O diagnóstico positivo da doença também pode gerar inquietações quanto à vida afetiva conforme a pesquisa. Entre os pacientes casados ou que namoravam, a preocupação era saber se o parceiro se tornaria um “cuidador” (45%) e se teria que assumir as suas responsabilidades (42%). Mais da metade dos entrevistados disseram que o parceiro foi sua maior fonte de apoio emocional (55%), seguido pelos amigos.
A esclerose múltiplaAs causas da EM ainda são pouco conhecidas, mas estudos recentes sugerem a existência de uma predisposição genética, associada à influência de fatores ambientais. A doença acomete jovens adultos na faixa etária de 20 a 40 anos, com maior incidência entre as mulheres.
No Brasil, a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) estima que mais de 30 mil pessoas sejam portadores da doença, sendo que desse total apenas cinco mil recebem tratamento adequado devido à demora no diagnóstico.
A esclerose múltipla afeta o sistema nervoso central, com ativação de elementos do sistema imunológico do paciente contra suas próprias estruturas. Entre os sintomas mais frequentes, estão fraqueza muscular, rigidez, dores articulares e descoordenação motora. O doente perde o equilíbrio quando fica em pé, sente dificuldade para andar, tremores e formigamentos. Em alguns casos, a doença pode provocar insuficiência respiratória, incontinência ou retenção urinária e alterações visuais. Existe uma escala de 0 a 10 para classificar a gravidade da doença.
Os medicamentos que podem modificar o seu curso são chamados imunomoduladores. Eles reduzem os surtos e retardam a evolução da incapacidade neurológica.
Fonte Zero Hora
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