Danos nessa estrutura podem gerar perda de peso no feto, parto prematuro e até por em risco a vida de mãe e bebê
Um dos fatores mais importantes no processo de gravidez é a placenta. Com a face interna voltada para o bebê, essa estrutura pesa 500 gramas em média, o que equivale a 17% do peso total da criança.
“Ela é responsável por intermediar a circulação sanguínea da gestante e do bebê. Sua função é levar nutrientes e oxigênio para o feto”, explica Valdir de Almeida Camillo, ginecologista e diretor médico da Cordcell, de São Paulo.
Formada basicamente por veias e artérias, a placenta é ainda um eficiente filtro protetor contra tudo que é nocivo para o desenvolvimento do bebê.
Os vírus, as bactérias, bem como substâncias prejudiciais associadas à nicotina e ao álcool, por exemplo, têm sua passagem impedida pela barreira placentária. E mais: ela tem como função controlar os hormônios na gestação, como estrogênio, progesterona, além do lactogênio, que determina a produção de leite materno.
Problemas nessa estrutura podem comprometer o desenvolvimento do feto e até colocar em risco a vida da mãe e do bebê. Um deles é a insuficiência placentária que, geralmente, não desenvolve sintomas na mãe.
“Mas pode levar ao retardo de crescimento dentro do útero. É preciso atenção especialmente a partir da 22ª semana, para verificar se a criança está crescendo bem”, adverte Almeida Camillo. Para que a insuficiência seja diagnosticada, são realizados alguns exames, como a dopplervelocimetria das artérias umbilicais.
“Algumas das causas que levam à insuficiência placentária são hipertensão, diabetes, tabagismo, alcoolismo e má circulação sanguínea”, completa o médico.
Os corticoides também apresentam risco ao sistema placentário, pois atravessam a barreira imposta pela placenta e podem aumentar o risco de baixo peso para o bebê no nascimento. Trata-se da restrição de crescimento intra-uterino (RCIU).
A insuficiência placentária ocorre, em média, em 5% a 10% das gestações. Se o desenvolvimento do feto for comprometido, será preciso interromper a gravidez.
Outro problema que pode ocorrer durante a gravidez é a placenta prévia, que ocorre quando essa estrutura se fixa fora do lugar, em geral na porção inferior do útero. “Isso provoca sangramentos, aumenta as chances de parto prematuro e pode até levar à morte da gestante”, alerta o obstetra Marco Antonio Borges Lopes, de São Paulo.
A placenta prévia acomete uma em cada 200 mulheres grávidas. Entre os fatores de risco estão: grande número de cesáreas, curetagens (após aborto), idade da gestante superior a 35 anos, gestações de gêmeos e tabagismo.
O problema é identificado, em geral, no segundo trimestre da gravidez. Segundo o especialista, a partir desse período a ultrassonografia já é capaz de detectar a alteração e o médico pode se preparar para tomar as medidas mais adequadas, entre elas a antecipação do parto.
Já o descolamento de placenta – quando ela descola do útero antes do tempo – pode acontecer a partir da 20ª semana de gestação e requer intervenção de urgência para salvar o bebê. Essa situação de emergência afeta seis a cada mil gestantes. Traumas e acidentes podem provocar o descolamento, mas a hipertensão materna é a principal causa.
Fonte IG
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