Cientistas franceses descobriram que os ovos de xenopus, rãs carnívoras africanas, facilitam a programação de células e abrem perspectivas no campo da medicina regeneradora.
A equipe do Instituto de Genética Humana de Montpellier, em colaboração com o CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), conseguiu multiplicar a capacidade de transformação de células da pele de ratos em células-tronco com ajuda desses ovos.
Sua aplicação serviu para multiplicar por cem essa eficácia mediante uma técnica dupla: a injeção de quatro genes específicos no núcleo das células de rato e sua posterior incubação em um extrato dos ovos das xenopus.
Com essa técnica, a equipe dirigida por Marcel Méchali conseguiu multiplicar por um fator maior que 100 a obtenção de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS).
"Estes resultados confirmam o interesse das células-tronco resultantes de células diferenciadas para fazer autoimplantes e apresentam perspectivas terapêuticas interessantes no âmbito da medicina regeneradora", informou um comunicado do CNRS.
A partir da técnica mista mencionada, o núcleo das células se programa duplamente, embora ainda não totalmente. Outra vantagem descoberta pelos cientistas franceses é que o extrato desses ovos permitiu programar células de maneira impossível com a simples combinação de genes.
Os pesquisadores admitem que ainda falta identificar os componentes presentes nos extratos que são capazes de apagar a identidade de células diferenciadas.
Segundo o CNRS, a pesquisa confirma as possibilidades das células IPS no âmbito da medicina regeneradora.
"As células IPS poderiam no futuro permitir substituir células doentes ou destruídas por ataque de outras células do paciente e reconstruir desse modo o órgão ou o tecido danificado por uma doença ou acidente, sem problema de rejeição", explicou o CNRS.
Os ovos de xenopus --rã bem conhecida pelos cientistas por suas aplicações em pesquisa-- são significantes pela facilidade de serem encontrados em grandes quantidades, ao contrário dos ovos de mamíferos
Fonte Folhaonline
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