Seu cabeleireiro pode até recomendar e a propaganda pode destacar, mas o xampu sem sal não faz a menor diferença no cabelo, de acordo com um estudo brasileiro recém-publicado.
Pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da USP (Universidade de São Paulo) testaram os cosméticos em laboratório e em voluntários. O artigo foi publicado na última edição da revista "Cosmetics & Toiletries (Brasil)".
De acordo com a farmacêutica Vânia Rodrigues Leite e Silva, autora principal do estudo e pesquisadora da Unifesp, os especialistas já desconfiavam do resultado. "O sal é uma matéria-prima muito usada para deixar o xampu mais viscoso. É um componente solúvel em água que é eliminado na lavagem."
Foram estudados os efeitos do xampu em cabelos naturais, tingidos e alisados. Um teste com equipamentos avaliou a penteabilidade das mechas. Depois, três voluntárias usaram os dois tipos de xampu (com e sem sal) e os resultados foram analisados por um banca de cabeleireiros treinados.
Para aumentar os efeitos, os produtos usados tinham 7% de cloreto de sódio (os xampus comuns têm em torno de 1%). Mesmo assim, tanto o xampu sem adição de sal quanto o comum tiveram os mesmos resultados em brilho, maciez, volume e facilidade de pentear.
"Existe a ideia de que cabelos tratados quimicamente precisam de xampu sem sal. Não é verdade."
MITO DO SAL
O sal ficou com má fama porque as pessoas o relacionam com a água do mar, diz o farmacêutico e cosmetólogo Maurício Pupo. "Quando as pessoas vão à praia, ficam com o cabelo ruim, mas não é por causa do sal. A água do mar tem restos de substâncias orgânicas e inorgânicas."
Isso sem falar na areia e no vento. "A indústria usou esse argumento para fazer a propaganda do xampu sem sal."
Além de não fazer diferença, mesmo os produtos sem adição de sal podem ter o mineral na fórmula. Muitas das matérias-primas usadas na fabricação do cosmético contêm a substância, como o lauril sulfato de sódio. "O sal já está lá e não faz diferença", diz Silva.
Fonte Folhaonline
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