O reconhecimento do diploma concedido no exterior para médicos interessados em trabalhar no Brasil provocou polêmica entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o Conselho Regional de Medicina do Estado.
O CRM acusa a UFPB de afrouxar as regras para a validação do título, o que permitiria profissionais com formação duvidosa ingressar no mercado. A UFPB admite mudanças, mas diz que são uma adequação às regras do Conselho Nacional de Educação.
A alteração do regulamento já trouxe um resultado prático. De olho em um processo seletivo mais fácil, centenas de estudantes formados em faculdades do exterior procuraram a UFPB para revalidar seus diplomas e ganhar um “passaporte” para poder trabalhar no País.
Pela regra antiga, o médico interessado na validação era obrigado a apresentar o currículo da faculdade e fazer uma prova para verificar seus conhecimentos. Agora, aqueles que apresentarem um currículo com até 85% de equivalência ficam dispensados das outras etapas. “Isso aumenta o risco de alunos que cursaram faculdades de baixo nível trabalhem no País”, afirma João Medeiros, do Conselho Regional de Medicina da Paraíba.
Pelas contas do CRM, 536 candidatos se inscreveram na avaliação deste ano - a última que será realizada pela universidade.
A partir do próximo ano, a UFPB passará a integrar o Revalida, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Já em sua segunda edição, o Revalida é feito apenas pelas universidades interessadas. Como elas têm autonomia, elas podem optar por manter seus processos seletivos próprios.
O pró-reitor de graduação da UFPB saiu em defesa da seleção feita pela instituição. “As regras não estão mais frágeis. Seguimos uma norma nacional. Além disso, as provas não foram abolidas, somente dispensadas para aqueles que apresentarem currículos equivalentes.” Bezerra não confirmou os números de alunos apresentados pelo CRM. Mas afirmou que a procura pela validação foi grande.
Para dar uma ideia, o Revalida, com alcance nacional, recebeu na edição deste ano 677 inscritos. “Não é difícil explicar a avalanche de inscrições na Paraíba”, disse Medeiros. Neste ano, dos 677 inscritos no Revalida, apenas 65 foram aprovados. “A prova do Inep tem um formato ideal, é completa, avalia de fato o profissional”, comparou Medeiros. Em 2010, primeiro ano do Revalida, dos 628 candidatos, apenas 2 foram aprovados.
Fonte Estadão
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