Especialistas falam sobre os cuidados que devem ser tomados na hora de expor os pequenos aos raios solares
A entrada do verão vem com a temporada de praias e piscinas. Logo, há um aumento de exposição ao sol. A pele sensível das crianças exige atenção dos pais, desde cuidados com horários e filtros, até vestuário e possíveis medicações que o pequeno vá usar. Chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Tania Ferreira Cestari indica que é conveniente evitar levar bebês menores de um ano à praia ou à piscina. Do contrário, manter o pequeno sempre à sombra e protegido por chapéu e roupas leves.
Ser negligente com o sol pode trazer dois tipos de complicações, explica Marcelo Porto, vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Elas podem ser divididas em agudas, que ocorrem logo depois da exposição, e crônicas, trazendo problemas ao longo do tempo.
Na lista dos problemas agudos figuram queimaduras – desde vermelhidão da pele, com ardência intensa, até formação de bolhas, com descamação – e desidratação, que pode ocorrer, especialmente, em crianças mais novas. Entre as complicações crônicas, aparecem problemas como o envelhecimento precoce e melanomas.
– São problemas com origem na infância e na adolescência, já que uma pessoa vai ter mais de 50% do total de sua exposição ao sol durante toda vida até os 20 anos de idade – salienta Porto.
Confira a seguir algumas dicas sugeridas pelos dois especialistas.
O que cuidar
Até os seis meses
:: Evite levar crianças menores de um ano à praia ou à piscina. Se não puder, mantenha o bebê à sombra, sempre protegido com chapéu de abas e roupas – uma boa alternativa é usar roupas que têm protetor solar na composição. O filtro é recomendado para crianças a partir de seis meses.
Horários
:: Evite expor seu filhote ao sol entre as 10h e as 17h, levando em conta o horário de verão. Nesse período, em especial do meio-dia às 16h, há maior incidência de radiação ultravioleta B (UVB), principal responsável por queimaduras e alterações que podem levar ao câncer de pele.
:: Mesmo em outros horários se deve sempre evitar períodos longos de exposição ao sol, pois a radiação ultravioleta A (UVA) é nociva (acelera o envelhecimento), e os raios infravermelhos podem trazer complicações.
Corpo
:: Todas as partes do corpo merecem cuidados. Atenção redobrada para face, couro cabeludo, orelhas, pescoço, antebraços, mãos e dorso, pois as crianças em geral ficam sentadas ou em posição vertical.
Filtro
:: Use filtro solar específico para crianças, de marcas reconhecidas, que contenham proteção contra radiação UVA e UVB. A maioria dos filtros solares indicados para crianças tem fator 30 ou mais e devem ser aplicados sempre à sombra e no mínimo 20 minutos antes da exposição ao sol. Em princípio, protegem por duas ou três horas de exposição. Quando a criança fica mais de cinco minutos na água, porém, é conveniente reaplicar o filtro.
:: Passe o filtro solar em toda a pele do bebê com ele despido, para que não fique nenhuma área sem proteção. Muitos trajes de banho permitem a passagem da radiação, e podem ocorrer queimaduras acidentais.
Dias nublados
:: Uma armadilha. Com a sensação do calor amenizada, é normal descuidar do sol. No entanto, as nuvens diminuem a temperatura e a luminosidade, mas não filtram a radiação solar. Superfícies como areia, água e concreto refletem os raios solares, aumentando o risco de queimaduras.
Sombra
:: Guarda-sóis e outras formas de barreira não bloqueiam totalmente a radiação, mas ajudam. Opte por produtos com tecidos mais espessos e escuros. Para deixar os pequenos longe do sol, pense em brincadeiras feitas à sombra.
Remédios
:: Alguns medicamentos deixam a criança mais sensível ao sol, como anti-inflamatórios, remédios para diabetes, diuréticos e alguns antibióticos. Sempre consulte a bula e procure orientação médica. Também vale evitar os bronzeadores e intensificadores solares.
:: Algumas substâncias, quando aplicadas na pele, mesmo que em pequenas quantidades, deixam o bebê mais suscetível a queimaduras por até 24 horas. O maior exemplo é o suco de limão, mas o mesmo pode ocorrer com vegetais, frutas cítricas, gramíneas e aipo, e até com cosméticos e perfumes.
Roupas
:: Use roupas com tecidos leves, que tenham efeito de fotoprotetor. Mesmo para brincar na água, existem roupas impermeáveis que protegem do sol. Cuide para não vestir as crianças, particularmente bebês, em excesso, o que pode desidratá-los.
Olhos
:: Os olhos são muito sensíveis ao sol, e a exposição crônica pode provocar lesões como pterígio e catarata precoce. Usar sempre chapéu com abas e óculos escuros, com lentes certificadas quanto à proteção ultravioleta.
Água
:: Lembre de cuidar a hidratação, principalmente nas crianças, pois o organismo perde muitos fluidos quando exposto ao sol e vento. Ofereça água à vontade.
Fonte Zero Hora
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