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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A queda de cabelo pode ser gerada por doença autoimune ou estresse

Dez entre 10 homens temem a calvície. Apesar do ditado “é dos carecas que elas gostam mais”, ninguém quer perder os cabelos.

Mas o problema não é mais um bicho de sete cabeças. O mal tem diferentes formas de tratamento, desde o uso de medicamentos orais, loções tópicas e até mesmo o transplante. “A calvície não tem cura, mas tem tratamento e controle. A pessoa pode estabilizar a perda de cabelo. Em alguns casos, é possível reverter e até ganhar volume”, afirma o dermatologista José Rogério Régis Júnior, conselheiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A alopécia androgenética, como o nome científico do problema indica, tem causas hereditárias. Algumas pessoas nascem com maior propensão ao raleamento e afinamento dos fios. Isso ocorre porque os receptores de testosterona nos fios são aumentados, fazendo com que haja maior absorção do hormônio masculino, que, em excesso, leva à perda capilar. Por essa razão, as pessoas que usam anabolizantes aumentam a quantidade de testosterona, tornando-se mais propensas à calvície.

Geralmente, o processo é associado à queda de cabelo. No entanto, ele pode ocorrer sem que os fios de fato caiam. Régis Júnior explica que, em muitos casos, os fios afinam até atrofiarem. Por isso, é importante a realização da dermatoscopia do couro cabeludo, exame que indica se a perda de cabelo é temporário ou se a calvície instalou-se. Por meio de aparelho que amplia de 20 a 70 vezes a área, é possível identificar o afinamento, bem como fazer a contagem de fios por centímetro quadrado, indicativo de raleamento. Cerca de 70% dos homens vão apresentar algum grau de rarefação capilar ao longo da vida (entrada, perda da coroa, redemoinho). O problema também acomete às mulheres, mas em menor proporção, cerca de 50%.

É preciso ficar atento para saber se o que você tem é mesmo calvície ou outro problema que pode estar causando a queda do cabelo. Estresse é um fator importante a ser considerado. Quem está ficando calvo deve buscar um médico dermatologista para ser orientado sobre o melhor tratamento, que vai depender do grau do processo e do perfil da pessoa. No caso de medicamento oral, aqueles à base de finasterida apresentam maior grau de eficácia. Apesar dos bons resultados, muitos homens evitam usar o remédio, pois temem perder o apetite sexual. “A perda da libido é muito rara. Mas, se ocorrer, é reversível. Basta suspender o uso do remédio”, diz Régis Júnior. As loções, à base de minoxidil, também apresentam taxas altas de eficácia, mas nem sempre são usadas, porque precisam ser aplicadas de forma sistematizada. Muitas pessoas não têm paciência de fazer o uso de maneira correta.

A cirurgia é a última alternativa, mas, em alguns casos, é a única forma de reverter o quadro. Trata-se de procedimento complexo e demorado. Em média, são necessárias 6 horas para implantar de 7 mil a 8 mil fios de cabelo. “É um processo bem artesanal. Colocamos unidade por unidade. Cada uma delas tem de um a três fios”, diz o médico.

O resultado costuma ser bem satisfatório, pois 95% dos cabelos implantados nascem. Os fios que serão recolocados são coletados do próprio paciente na região lateral e na parte de trás da cabeça. Nessa região, não há alteração nos receptores de testosterona. No período de 15 a 30 dias depois da cirurgia, o cabelo implantado cai. No entanto, tempos depois, os fios voltam a nascer e não caem nunca mais. O resultado pode ser visto de 6 meses a 1 ano depois da intervenção.

Histórico
Embora a calvície nem sempre seja acompanhada de queda de cabelo, quando esse processo ocorre, é preciso buscar as causas. O dermatologista Geraldo Magela Magalhães lembra que o mais importante para o tratamento da queda de cabelo é a definição correta da sua causa. E para identificá-la, é importante avaliar o histórico familiar.

A queda dos fios pode ser causada por alteração do estado emocional, estresse, doença da tireoide, distúrbios nutricionais (devido a dietas muito restritivas) e alterações hormonais. As cirurgias e os partos, no caso das mulheres, também podem levar à queda capilar. “A perda de cabelo não é normal, embora seja comum”, pondera Régis Júnior.

Sem uma definição adequada do motivo que levou à queda de cabelo, o tratamento pode não ser específico ou efetivo. Podem ser usados medicamentos orais ou tópicos, porém a avaliação do dermatologista é fundamental para estabelecer um melhor plano de tratamento. Nem sempre os xampus e cremes que prometem reduzir a queda realmente funcionam. Na maioria das vezes, a queda de cabelo necessita de uma abordagem mais específica, à base de produtos de uso oral e tópicos, prescritos por um médico dermatologista.

Limites
Não é possível fazer o transplante capilar em casos de alopécia areata, doença autoimune caracterizada pela queda do pelo de todo o corpo. Também não é possível utilizar cabelos de outras pessoas, pois o couro cabeludo rejeita os fios de uma outra pessoa. No procedimento, usam-se fios do prórpio paciente, extraídos de uma parte em que ainda há cabelo.

Duas perguntas para - Geraldo Magela Magalhães
Doutor em dermatologia pela UFRJ

Até quantos fios podemos considerar a queda normal? Como saber se a quantidade que está caindo está dentro da normalidade?
Podemos considerar como uma queda normal um valor de até 100 fios por dia. Esse número pode variar de pessoa para pessoa. Uma das formas de entender essa queda como normal seria quando não surgem áreas localizadas de alopécia ou quando não há uma redução importante do volume dos cabelos.

A alimentação pode prevenir ou reduzir a queda de cabelos?
Sim, algumas deficiências alimentares podem levar à queda de cabelo, como deficiências de ferro e zinco. Portanto, uma dieta balanceada e adequada pode evitar queda de cabelos pelas deficiências anteriormente citadas.

Fonte Correio Braziliense

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