A incidência de tuberculose não recuou na região Norte. De acordo com estudo divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Ministério da Saúde, esta foi a única área em que o registro de casos se manteve estável. São 45,2 infectados a cada 100 mil habitantes.
No Sul e no Centro-Oeste as reduções foram pequenas, de 0,2% e 0,3%, respectivamente, ficando em 33 e 22 casos a cada 100 mil habitantes.
No Nordeste a taxa também caiu pouco, passando de 36,9 para 35,9 a cada 100 mil habitantes.
O melhor desempenho no controle e tratamento da doença foi verificado na região Sudeste, que passou dos 40,6 casos a cada 100 mil habitantes em 2010 para 37,6 em 2011.
A tuberculose representa a quarta causa de óbito por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes com Aids no Brasil.
Na última década, o país registrou queda de 15,9% na taxa de incidência de tuberculose. Também em um período de dez anos, a mortalidade reduziu 23,4%.
A média atual é de 3 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes no país. Em 2011 foram 4,6 mil mortes devido à doença.
Dos 22 países com maior incidência de casos, o Brasil fica na 17ª posição quando se trata do número total de doentes. No entanto, ao considerar a relação entre infectados e a quantidade de habitantes, o país passa a ocupar a 22ª colocação da lista, ficando mais distante dos principais focos do problema.
Levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra ainda que mais de 95% das mortes registradas ocorrem em países em desenvolvimento. No mundo, cerca de 6 milhões de casos de tuberculose foram notificados.
Campanha de conscientização
Segundo o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a campanha de prevenção e para o tratamento precoce vai se intensificar nesse primeiro semestre.
Além de campanhas publicitárias voltadas para a população em geral, será lançado um serviço de acompanhamento dos pacientes em tratamento pelo celular.
"Enviaremos a todos os pacientes que estiverem sendo medicados uma mensagem, pelo celular, para lembrar da medicação. Isso será feito inicialmente em cinco grandes capitais do país: Florianópolis, Vitoria, Palmas, Aracaju e Brasília", explica.
O tratamento da tuberculose é longo, dura em média seis meses. Por isso, há o temor de que parte dos pacientes abandone o tratamento.
A doença
Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas no ano passado foram registrados 70 mil casos da doença no Brasil. O número, apesar de grande, representa uma redução de 3,54% frente ao resultado de 2010.
A doença é mais frequente entre grupos populacionais que vivem em condições precárias de moradia e alimentação e entre pessoas com sistema imune deficiente. Por isso, são tratados com prioridade os moradores de rua, a população carcerária, os indígenas e os portadores de HIV/Aids.
A transmissão da tuberculose é feita pelo ar. Quem tem a doença, normalmente, apresenta quadro de tosse por mais de três semanas, acompanhada por febre, suor, falta de apetite, perda de peso, cansaço ou dor no peito.
Fonte Folhaonline
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