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sábado, 10 de março de 2012

Relacionamentos podem ser abalados pela piora na saúde mental

Os resultados mostraram que o nível de ansiedade ou depressão de um indivíduo tinham relação com as próprias insatisfações com o casamento, e também se refletiam no cônjuge. Quanto maior o nível de ansiedade e depressão em um dos parceiros, mais insatisfeitas as pessoas se mostravam.

Outro dado interessante foi que a depressão, mais do que a ansiedade, se mostrou um fator negativo no relacionamento. As evidências mostraram que viver ao lado de uma pessoa depressiva, deixava os parceiros com uma maior sensação de estarem sobrecarregados. Além disso, as pessoas que conviviam com parceiros depressivos demonstravam uma grande irritação em conviver com os sintomas da doença. “Ao que parece os parceiros não achavam que o ‘peso’ da ansiedade eram tão grandes, até mesmo desassociando o fator relativo da doença da insatisfação com o relacionamento”, diz Mark Whisman, um dos autores.

Relacionamentos complicados
Maria Olímpia Jabour Saikali, especialista em terapia familiar e de casal, diz que muitas vezes as pessoas ansiosas são mais fáceis de conviver, comparadas aos indivíduos depressivos. “A pessoa ansiosa, sem transtornos correlacionados como a fobia, parece ser mais ‘produtiva’ que a depressiva, pois continuam a desenvolver projetos de vida. Aqueles que sofrem de depressão normalmente transparecem pensamentos mais mórbidos, um humor baixo, e em casos extremos podem deixar a higiene pessoal em segundo plano, ou seja, trazem para o ambiente familiar um esgotamento psicológico mais sensível”, diz.

Para Maria Olímpia, “os cônjuges acham que é falta de vontade, do parceiro depressivo, em se aplicar mais para resolver os problemas. Isso vai gerando uma sensação de repúdio e de repreensão, que pode acabar com o casamento, se não for identificado e tratado corretamente.” O ideal nesses casos, é que o acompanhamento seja feito com os dois lados (ou mais, no caso de filhos). “É preciso uma postura reflexiva por parte dos envolvidos, para compreender o que está acontecendo”, diz.

A especialista também aponta que muitas vezes o diagnóstico de depressão pode ser confundido com o transtorno bipolar, que também traz grandes problemas para os relacionamentos do casal e familiares. “Os transtornos de impulso são gravíssimos e muitas vezes se traduz em comportamentos sexuais promíscuos. A pessoa afetada por esse tipo de transtorno pode desenvolver uma sensação de desprezo e compensar com casos extraconjugais. Nesse ponto a internet potencializa esses comportamentos, facilitando a busca de outros parceiros e levando a pessoa com o transtorno a deixar, aos poucos, cônjuge em segundo plano”, diz Maria Olímpia.

As pessoas atingidas por esse tipo de transtorno não se dão conta que na maioria das vezes esses comportamentos podem ser sintomas de quadros gravíssimos de transtornos mentais, e não só problemas rotineiros do casamento.

Outro dado salientado no estudo americano também mostrou que não há diferenças de gênero quanto ao nível de insatisfação no relacionamento, quando o assunto é saúde mental. Tanto maridos como esposas se mostraram igualmente insatisfeitos quando em contato com um parceiro com os transtornos descritos.

Observar e prevenir
Além da depressão e ansiedade, outros quadros de transtornos mentais podem ser prejudiciais à família e ao casamento. O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) pode, no início, não parecer tão prejudicial. Algumas famílias podem até conviver, por um bom tempo, com pessoas extremamente organizadas e metódicas, que podem sofrer de TOC, e achar que isso é apenas uma característica pessoal.

“O TOC parece fácil de conviver: a casa está sempre limpa, os objetos nos mesmos lugares, o armário extremamente organizado. A família até nota um excesso, mas acha que isso é estável, que sempre vai ser assim. Acham até confortável. Mas o transtorno pode evoluir, e o indivíduo e a família sofrem juntas”, aponta Maria Olímpia.

“Nossa pesquisa mostra como é importante avaliar a saúde mental de ambos os parceiros quando há algum tipo de insatisfação no casamento”, diz Whisman. “Procurar ajuda quando os problemas começam, pode prevenir futuros transtornos no casamento.”

“Um postura importante é não procurar um profissional apenas em casos extremos, quando a separação parece inevitável. O tratamento para transtornos mentais não pode ser somente emergencial, quando há alguma urgência. Seria interessante haver um acompanhamento nos primeiros sinais de desestabilização da união” finaliza a Maria Olímpia.

Fonte O que eu tenho

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