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sábado, 10 de março de 2012

Sem saída: medo de espaços fechados é uma das fobias mais prevalentes, principalmente entre as mulheres

Até 15% da população mundial tem algum tipo de fobia e a maioria destes indivíduos são mulheres. Entre as fobias mais comuns, uma das que mais causam medo é a de espaços fechados. Popularmente conhecida por claustrofobia, a fobia de espaços fechados se caracteriza por episódios de ansiedade em locais onde há a impressão de que não é possível sair.

“Nesses episódios há a impressão de que o “ar vai acabar”, de que não vai se conseguir respirar. Muitas vezes a pessoa acaba somatizando isso e realmente tendo problemas de respiração ofegante, o que piora o quadro de ansiedade”, explica Karen Vogl, pesquisadora do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Universidade de São Paulo (USP).

Na clautrofobia, mais do que o espaço diminuto, o que causa terror à essas pessoas que lidam com o transtorno é não conseguir enxergar um modo de sair daquela situação.

“As situações mais reconhecidas pelo público em geral são aquelas envolvendo os elevadores, metrôs ou salas fechadas. Mas a claustrofobia pode ocorrer em ônibus – que têm janelas e são, de certa forma, abertos – mas onde a pessoa tem a impressão de que não vai conseguir chegar até a saída em uma situação de emergência”, exemplifica Karen.

Outra situação que normalmente poucas pessoas imaginam são eventos sociais com muitas pessoas. “O indivíduo pode estar em um salão e, por causa da multidão, perder a referência de onde é a saída. O processo de ansiedade pode levar a uma crise também. A mesma coisa acontece no trânsito, onde o tráfego pesado faz com que a pessoa fique sem saídas para se locomover. Mesmo estando dentro do seu carro – um lugar que pode ser considerado seguro – esta falta de perspectiva de resolução da situação, ou seja, encontrar a saída para seu destino, também é um estressor que contribui para uma crise de claustrofobia”, completa a especialista.

Esse tipo de fobia leva principalmente à diminuição do convívio social e mobilidade –a pessoa passa a não querer sair de carro, ônibus ou metrô – além de sofrimento físico por causa das crises.

Impacto na saúde
Karen atualmente estuda os efeitos da fobia em espaço fechado em pessoas que têm crises ao se deparar com um problema de saúde, onde é preciso fazer exames dentro dos aparelhos de ressonância magnética.

“O aparelho é um dos únicos que fazem determinados tipos de exames neuronais, por exemplo. A fobia pode levar o indivíduo a não fazer um exame importante que pode indicar uma condição com alto risco de morte e assim diminuir a possibilidade de tratamento”, explica Karen.

Nestes casos, diz, as pessoas podem optar por fazer os exames anestesiadas. Mas muitos indivíduos com a fobia não conseguem sequer se imaginar entrando em uma máquina como essas. Nestas situações, nem mesmo anestesiados eles fazem os exames, fugindo do diagnóstico preciso ou do tratamento para sua condição de saúde.

Tratamento
As causas da clautrofobia são diversas. Não é possível falar de um ou outro determinante. Pessoas ansiosas, em geral, têm maior possibilidade de desenvolver o transtorno. Outras vezes um trauma causou a fobia e em outros pacientes houve o “aprendizado da fobia”, quando uma pessoa próxima – pais ou irmãos, por exemplo – literalmente ensinam o indivíduo que uma determinada situação deve ser evitada, utilizando de uma argumentação equivocada, mas que faz sentido para o fóbico.

Para todos esses casos há tratamento. Na pesquisa específica feita no IPq, Karen tenta agora implantar um novo modelo de terapia, a chamada Terapia de Aceitação e Compromisso, baseada na Terapia Comportamental.

“O tratamento que estamos implantando não luta contra os sentimentos negativos da pessoa, mas ajuda ela a lidar com essas emoções intensas e diminuir o impacto. Durante uma crise de ansiedade ela pode se controlar melhor, aprendendo que a situação é passageira, por exemplo. Mas o modo de aprender a lidar com isso varia de pessoa para pessoa, é bom lembrar”, explica. “Não é preciso calar as emoções para aprender a lidar com elas. O medo é algo natural, precisamos aprender a identificá-lo e diminuir seu impacto no nosso dia a dia”, finaliza.

Fonte O que eu tenho

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