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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cinco dicas para fazer os avós comerem melhor

Especialista cria pirâmide alimentar específica para idosos. Nesta fase, alimentação é prejudicada

Ela sempre foi boa de garfo, mas agora tem dado trabalho para comer. Maria de Lourdes Sarmento, 85 anos, é capaz de trocar um prato de arroz com feijão por bolachas e chás, o que leva ao desespero os sobrinhos-netos, responsáveis pelo cuidado da aposentada.

A alimentação dos idosos, de fato, exige mais cuidado e empenho dos familiares. De acordo com os especialistas, a mesma birra e dificuldade que as crianças costumam apresentar na hora de comer, reaparecem na velhice.

Para os maiores de 60 anos, explica a médica Luciana Berti Aun, especializada em medicina antienvelhecimento e que acaba de lançar o livro sobre o tema “Segredos do Antienvelhecimento”, três fatores, especialmente, comprometem a alimentação nesta fase.

“A mudança hormonal, inerente com o passar dos anos, altera o apetite (pode dar mais ou menos fome, dependendo da pessoa). A dentição também muda, o que dificulta a mastigação. Um terceiro aspecto é que sem as calorias necessárias, o idoso também mexe menos o corpo, o que interfere no gasto calórico e na vontade de se alimentar”, afirma.

Estas características fizeram com que a médica elaborasse uma pirâmide alimentar específica para os idosos.

Diferentemente do plano alimentar feito para adultos até 59 anos, as gorduras do bem (castanhas, sardinhas, amêndoas) ocupam mais espaço no prato. As proteínas, por sua vez, e os carboidratos são mais reduzidos. Os exercícios físicos mais intensos são substituídos por meditação e ioga.

A pirâmide alimentar ideal para os idosos
Trabalhar a mente é uma das formas mais eficazes do idoso comer melhor”, avalia Luciana.

“A piora cognitiva, o Alzheimer e a demência senil atrapalham a alimentação. A nutrição de qualidade favorece o cérebro . E o cérebro ativo também melhora o aspecto nutricional”, diz ao citar que muitos idosos podem esquecer que fizeram a refeição ou acreditar que já se alimentaram mesmo estando em jejum.

Não são apenas essas doenças cerebrais que comprometem a boa qualidade alimentar dos idosos. O último inquérito feito pelo Ministério da Saúde mostrou que, após os 65 anos, quase 30% deles sofrem de diabetes e 65% têm pressão alta, dois problemas de saúde totalmente influenciados pelas escolhas alimentícias.

Um dos efeitos, mostra o mesmo estudo do governo federal, é que seis em cada dez nesta faixa-etária estão acima do peso considerado ideal para a altura.

Soluções
Assim, da mesma forma que os nutricionistas e pediatras orientam os pais a melhor forma de “educar” a alimentação dos filhos, os geriatras, nutrólogos e especialistas em maiores de 60 afirmam que existem dicas para os filhos e netos auxiliarem os avós a comerem direito. A seguir, as sugestões principais fornecidas pela médica Luciana.

Hidratação
Água é a base da pirâmide alimentar dos idosos. Apesar disso, eles dificilmente vão pedir água. O ressecamento (das células, pele e mucosas – típicos com o passar dos anos) faz com eles tenham a sensação de sede diminuída ou quase nula. Por isso, de hora em hora, ofereça um copo d’água e insista para que bebam, mesmo se não quiserem. Isso evita até mesmo complicações cardíacas.

Sopas e sucos
Sopas mais grossas e sucos sem coar são peças-chave da alimentação do idoso. A dificuldade de mastigar por causa das mudanças na dentição, além da dificuldade na digestão (por causa da mudança hormonal) pode dificultar a ingestão de alimentos sólidos – uma das explicações, por exemplo, para a Dona Lourdes preferir a bolacha em vez do arroz com feijão. Nos sucos, misture alimentos como couve, agrião e salsão.

Lanches pequenos
O esquecimento é mais frequente entre os maiores de 60 anos. Atrelado a ele, há a dificuldade em comer grandes quantidades. Por isso, os pequenos lanches, sempre com alto valor nutritivo, aquecem o estômago e aguçam a memória. Opções são banana, abacate e os purês. Evite adicionar sal no preparo e realce o sabor com temperos naturais. Para dar uma força, uma boa dia é fazer com que o idoso faça uma espécie de diário. Ele anota o que come, pode fazer uma avaliação da comida e, caso esqueça, mostre – sem hostilidade – o que ele próprio anotou.

Baixo índice glicêmico
A médica Luciana afirma que alimentação do idoso deve abusar dos alimentos com baixo índice glicêmico. São tipos de comidas que podem até ter calorias, mas dificultam o acúmulo de gordura. Os exemplos são todos os produtos da linha integral (pães, massas e arroz), além da aveia e do ovo. Gorduras do bem, veja aqui uma galeria, também são indicadas, pois em pouca quantidade já aumentam a saciedade.

Conversas
Toda receita de sucesso para a boa alimentação tem o diálogo como ingrediente. Não adianta não conversar com o seu pai ou avô. As dificuldades alimentares, assim como as restrições – no caso de diabetes, por exemplo – podem ser novidades para eles. Por isso, explique tudo, tintim por tintim. Saber os benefícios dos alimentos, pode ajudar na hora de oferecê-lo. Uma maçã fica até mais saborosa quando é revelado que ela fortalece o cérebro, ajuda no combate ao câncer e na disposição.

Fonte iG

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