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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Médicos já pensam em outro protesto no mês de junho

Categoria paralisou parte das atividades para reivindicar reajuste no valor de consultas, cirurgias e procedimentos

Usuários de planos de saúde poderão enfrentar uma nova paralisação no atendimento de médicos conveniados. Mal o movimento de ontem havia sido concluído, representantes de classe informaram que dentro de dois meses uma nova rodada de avaliação deverá ser feita para definir a atuação do grupo.

Os médicos reivindicam reajuste no valor das consultas, cirurgias e procedimentos. Hoje eles recebem, em média, cerca de R$ 50 por uma consulta feita por plano. Eles querem R$ 80. Eles também querem garantia de pagamento em dia e a formalização de um contrato.

Estava prevista para ontem a suspensão do atendimento médico eletivo (que não é de urgência e emergência) em 12 Estados. Até o fim da tarde, não havia um balanço da adesão ao movimento - o resultado deve ser divulgado hoje, segundo Márcio Bichara, diretor da Federação Nacional dos Médicos.

Representantes do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e Bichara entregaram ontem, na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), um documento com as 15 principais reivindicações dos profissionais que trabalham com operadoras de saúde.

Entre os itens estão a criação de um piso, de uma data-base para reajuste de honorários e de penalidades para pagamentos feitos pelas operadoras aos médicos fora do prazo. De acordo com Bichara, uma nova reunião com a ANS ocorre em 14 de maio.

Trânsito
Um grupo formado por cerca de 500 médicos fechou por quase duas horas uma das faixas da Avenida Paulista, em São Paulo, no sentido da Rua da Consolação, durante manifestação para reivindicar reajuste no valor das consultas.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o protesto foi pacífico, começou por volta das 10 horas e se estendeu até meio-dia, quando os manifestantes ocuparam as calçadas. O trânsito ficou congestionado, mas não foi necessário fazer desvios.

Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), considera os resultados satisfatórios. "Vieram representantes do interior do Estado e de várias sociedades médicas, o que mostra que há união em torno desse assunto", afirmou.

Ele diz que os honorários estão muito baixos, que o repasse para as cirurgias também está muito abaixo do aceitável e isso acaba desestimulando os médicos a prestarem serviços para operadoras de saúde.

Meinão diz que as entidades médicas enviaram cartas para todas as operadoras de saúde pedindo abertura de negociação, por isso eles ainda não vão dizer quais são as operadoras mais problemáticas.

Abusos
A paralisação de ontem foi a terceira dentro do período de um ano. A ANS afirma que o atendimento da população não pode ser prejudicado. As operadoras devem garantir, por exemplo, que usuários recebam atendimento num período adequado, dentro dos padrões estabelecidos pela agência.

Além disso, os atendimentos de urgência e emergência não podem ser interrompidos. Os casos de abusos devem ser comunicados à agência pelo Disque ANS:

0800-701-9656.

Fonte Estadão

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