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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cientistas transformam DNA em memória regravável

O feito é extraordinário pelos padrões da biologia sintética, mas a maneira que ele foi feito também não deixa de ser extraordinária, pelo tanto de determinação e perseverança que exigiu.

A ideia é simples: utilizar uma parte do DNA como uma chave lógica. O processo escolhido para fazer isto foi colocar meia dúzia de genes em uma região inativa do DNA, em locais que instruem uma enzima a recortar o trecho do DNA e a colá-lo novamente, mas com a posição invertida.

Até aí, foi ideia do professor Drew Endy, da Universidade Stanford, na Califórnia (EUA). O código da Escherichia coli seria usado como chave, e os locais seriam constituídos por trechos de um bacteriófago, um vírus que ataca bactérias.

O trecho do código do bacteriófago selecionado foi escolhido por parecer o mais promissor na tarefa de cortar e reorientar o DNA, só que não foi o caso. Coube então ao estudante Jerome Bonnet, o líder da equipe, a tarefa de fazer o sistema funcionar. E ele conseguiu, depois de 750 projetos diferentes, resolvendo cada novo problema que apareceu.

Jerome comenta que é uma triste crítica ao estado em que se encontra a biologia sintética o fato dele precisar fazer 750 tentativas diferentes para conseguir programar a expressão de meia dúzia de genes. “É como escrever um código de seis linhas no computador e ter que fazer 750 depurações para fazer funcionar”.

E o sistema funciona. O grupo conseguiu demonstrar que ele consegue fazer estas mudanças de orientação, que podem representar “0” e “1” pelo menos 16 vezes. Este tipo de contador poderia ser usado para manter um registro de eventos dentro da célula, como por exemplo o número de duplicações pelo qual uma célula-tronco passa até atingir o estado adulto. Além de ser um sistema verdadeiramente digital, a informação é armazenada na célula sem envolver gasto de energia, diferente de outros sistemas já desenvolvidos por outros grupos.

O biólogo sintético Eric Klavins, da Universidade Washington, em Seattle (EUA), concorda que no estágio atual conseguir que um sistema destes funcione demanda muitas tentativas e depurações, mas aponta que à medida que as ferramentas de síntese de genes se tornarem mais rápidas e baratas, isto também deve mudar. E já existe uma iniciativa, a BIOFAB, que pretende fornecer partes padronizadas e confiáveis para os biólogos sintéticos.

Fonte Hypescience

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