Quatro sindicatos anunciaram esta quinta-feira o pedido de uma audiência, com carácter de urgência, ao Presidente da República, por considerarem que o Ministério da Saúde é "cúmplice" no desmantelamento do Centro de Genética Médica do Porto.
"Foi decidido pedir uma audiência, com carácter de urgência, ao senhor Presidente da República, no sentido de sensibilizar o Governo para a gravidade da situação que está constituída", lê-se num comunicado de imprensa conjunto, enviado esta quinta-feira à comunicação social.
O Sindicato dos Médicos do Norte, Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica e Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos acusam o Ministério da Saúde de ser "cúmplice no desmantelamento do Centro de Genética Médica" e recordam que a Unidade de Rastreio Neonatal e "diversos equipamentos" já foram transferidos para o Centro de Saúde Gonçalves Ferreira, um facto que "inviabiliza o normal funcionamento" daquele serviço.
Os serviços do Centro de Genética Médica, Dr. Jacinto de Magalhães, estão a ser transferidos para o Centro de Saúde Pública Gonçalves Ferreira desde Abril, com críticas dos deputados do PS, BE e CDU, eleitos pelo círculo eleitoral do Porto.
Os sindicatos informam, na mesma nota de imprensa, que esta quinta-feira mesmo vai ser retirado daquele instituto de genética o Laboratório de Biologia Clínica da Unidade de Bioquímica Genética, bem como "diverso equipamento de outras unidades, tornando insustentável o já difícil funcionamento daquele espaço.
Em Abril, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica tinha afirmado que o Centro de Genética Médica Jacinto Magalhães estava a ser alvo de "saque" e pediu um "rigoroso inquérito" parlamentar sobre aquela matéria.
O Instituto de Genética Médica do Porto tem a seu cargo o Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP), que tem hoje cobertura superior a 99 por cento dos recém-nascidos em Portugal.
O programa tem por objectivo diagnosticar, nas primeiras semanas de vida, doenças que, uma vez identificadas, permitem um tratamento precoce que evite a ocorrência de atraso mental, doença grave irreversível ou a morte da criança.
O Centro de Genética Médica, Dr. Jacinto de Magalhães (CGMJM), como passou a ser designado, passou a ser gerido a partir de Lisboa e o facto de "não ter autonomia desestabilizou a sua gestão operacional e financeira".
"De então para cá foram-se sucedendo as dificuldades operacionais do CGMJM, tendo como primeiro grande ponto de ruptura, e referência internacional, a perda da unidade de rastreio neonatal", acrescenta a nota de imprensa.
Fonte Correio da Manha
Nenhum comentário:
Postar um comentário