Equipamento é o primeiro da América Latina e vai compor um núcleo de P&D em diagnóstico por imagem no País
Unir o serviço de autópsia brasileiro, que é o maior do mundo, com avançado conhecimento em imagem é o que pretende a parceria firmada entre a faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Siemens Healthcare, anunciada na manhã desta quinta-feira (03), durante a 42°Jornada Paulista de Radiologia (JPR).
Para isso, a USP adquiriu, com auxílio de US$ 3 milhões da Fapesp, o primeiro equipamento de ressonância magnética 7 tesla da América Latina, fabricado pela Siemens, na Alemanha.
De acordo com o coordenador do projeto e médico patologista da USP, Paulo Saldiva, o conhecimento proveniente de pesquisas com o 7 Tesla será fundamental para consolidar um núcleo de P&D em diagnóstico por imagem no País.
Atualmente, o equipamento, que possui o maior nível de detalhamento em ressonância, não é utilizado para fins clínicos. Todas as suas potencialidades e perigos ainda não foram mensurados pelos cientistas.
Os possíveis riscos desse exame devem-se ao fato de que o campo magnético do aparelho e a temperatura em que atinge são muito maiores do que os padrões de mercado.
Entretanto, testes já estão sendo realizados em cadáveres, animais e, até, pessoas, e as imagens são 10 vezes melhores do que o padrão 3 Tesla, utilizado, hoje, nos grandes centros de referência do mundo, inclusive no Brasil em hospitais como o Sírio Libanês, Albert Einstein, HCor, entre outros.
“Imagine pegar todo o banco de autópsia que o Brasil possui e uni-lo à capacidade do 7 Tesla. Isso vai trazer muito conhecimento”, afirma Saldiva.
Apesar de não haver uma previsão do tempo que levaria para que o equipamento seja utilizado clinicamente, Saldiva ressalta a importância de se trazer uma ciência de ponta ao País. “Esse projeto é aberto ao mundo. Muitas instituições já demonstraram interesse. Harvard é uma delas por exemplo”, conta.
A Siemens, além de ser a fabricante do equipamento, apoiará o projeto com manutenção e capacitação de profissionais por meio de treinamentos e educação continuada. “A Siemens foi a única empresa que encontramos com o desejo de realmente fazer uma parceria de pesquisa, tanto é que jogou o preço lá embaixo para viabilizar a compra”, diz Saldiva.
O equipamento fará parte do laboratório da USP, composto por aparelhos de ultrassons e tomógrafos, que deve ser lançado entre um a dois anos.
Além de conhecimento de ponta, a cooperação, segundo o médico, trará grandes avanços no diagnóstico precoce de doenças cancerígenas, neurológicas, cardiológicas, entre outras, devido à detecção de novas e precisas informações.
Fonte SaudeWeb
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