
O relatório da inspeção realizada na segunda-feira (2), de acordo com o médico Luís Fernando Moraes, integrante do Cremerj, já está foi concluído e aponta que o hospital apresenta deficiência com relação aos equipamentos laboratoriais, indispensáveis para a unidade, como a ultrassonografia com Doppler, ou seja com cor, e a cardiotocografia. "Ali é uma maternidade de alto risco e para isso, ela precisa ter um suporte laboratorial, como exames complementares de avaliação de bem estar fetal, e isso não existia", disse. Ainda segundo Moraes, a maternidade não tinha comissões hospitalares, como a Comissão de Revisão de Óbito, que é obrigatória segundo as normas do conselho.
O relatório produzido pelo Cremerj constatou também uma superlotação na maternidade. De acordo com Moraes, a unidade, que comporta cerca de 30 leitos, apresentava uma lotação de aproximadamente 35% a mais que o permitido. "Uma coisa que constatamos também, era a informação que nós colhemos no local. No mês de junho, houve uma superlotação de pacientes. Isso também é um fator que atrapalha", declarou.
O médico disse ainda que o Cremerj espera do hospital o prontuário das mães e dos bebês que morreram. "Nós pedimos o prontuário das mães e dos bebês que faleceram para saber se as mortes estão relacionadas com algum problema materno, ou se pode ter sido uma contaminação da unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal", disse.
A prefeitura de São Gonçalo informou, por meio de nota, que o Cremerj fez algumas exigências a serem cumpridas no prazo de 30 dias, entre elas a relação dos médicos que trabalham na UTI neonatal; a quantidade de internações na UTI, o número de mortes ocorridas nos últimos 12 meses e uma lista com os nomes dos médicos componentes das comissões de ética.
A prefeitura diz ainda que a UTI neonatal está passando por um período de adequação e, por precaução, já reforçou os protocolos de infecção hospitalar na maternidade. Ressalta que, mesmo após a fiscalização do conselho, o hospital permanece atendendo normalmente todas as gestantes que chegam à unidade.
A nota destaca que a maternidade dispõe de equipamentos necessários para o atendimento de exames complementares, como ultrassonografia e cardiotocografia. "Também por medida profilática, temporariamente, os recém-nascidos estão sendo encaminhados para hospitais conveniados".
Fonte Agência Brasil
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