Técnica poderá também ser aplicada no tratamento de câncer
Um teste clínico mostrou, pela primeira vez, que é possível controlar remotamente um chip implantado no corpo para liberar doses de medicação para tratar a osteoporose em mulheres. Essa técnica poderá ser aplicada para tratar de forma mais eficaz outras doenças como o câncer, segundo os pesquisadores.
O estudo foi realizado na Dinamarca com um grupo de sete mulheres com osteoporose, caracterizada pela perda de massa óssea progressiva. As idosas constituem 80% das pessoas atingidas por essa doença, que provoca principalmente fraturas.
— Os doentes não vão precisar se lembrar de tomar o medicamento ou sofrer com as várias injeções necessárias para tratar a osteoporose — explica Robert Farra, chefe da empresa MicroCHIPS com sede em Massachusetts (nordeste dos Estados Unidos) que desenvolveu o chip eletrônico.
Ele é um dos coautores do projeto, junto com outros pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), da faculdade de medicina de Harvard e da Universidade Case Western Reserve (Ohio, leste).
Como funciona
Ao contrário da maior parte dos chips que, pré-programados, liberam lentamente pequenas doses de medicamento por certo período, este novo chip libera o tratamento graças a um controle remoto sem fio.
— Este sistema permite liberar um medicamento no sangue rapidamente como uma injeção. A medicação poderá ser ajustada à distância e, suavemente, o tratamento dos pacientes será feito por meio de um computador ou celular — descreve Farra.
Segundo os autores do estudo, este novo chip do tamanho de um marcapasso cardíaco, poderá ser mais satisfatório e, talvez, menos dispendioso em longo prazo do que as injeções diárias de medicamentos.
Os pesquisadores implantaram o chip logo abaixo da cintura em cada uma das sete mulheres com idades entre 65 a 70 anos. O procedimento pode ser realizado por um clínico geral em seu consultório com apenas anestesia local. As mulheres foram observadas durante 12 meses. Nesse período, foi constatado que o chip libera o medicamento, chamado de teriparatide, de maneira tão eficaz quanto as injeções diárias.
O teriparatide melhora a formação de massa óssea e reduz o risco de fratura. Os chips usados no estudo clínico tinham 20 doses de medicamento. Mas a empresa MicroCHIPS trabalha para criar exemplares capazes de estocar centenas de doses.
A pesquisa foi publicada na revista Science Translational Medicin e será apresentada na conferência anual da Sociedade Americana para a Promoção da Ciência (AAAS), que reúne 8 mil pesquisadores em Vancouver, Canadá, de 16 a 20 de fevereiro.
Fonte Zero Hora
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