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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Governo e sociedade articulam ações para consolidar política de saúde da população negra

Brasília - O governo federal quer combater a discriminação etnorracial nos serviços e atendimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para alcançar este objetivo, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) reuniu cerca de 100 gestores em saúde e representantes do movimento social para discutir o tema no Fórum Enfrentando o Racismo Institucional para Promover Saúde Integral da População Negra no SUS.

O encontro vai definir de estratégias pautadas pela perspectiva étnico-racial e a identificação de áreas de atuação para efetivação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, aprovada em 2006, pelo Conselho Nacional de Saúde.

Em entrevista à Agência Brasil, a ministra Luiza Bairros destacou que o fórum busca mecanismos para estabelecer compromissos e competências dos governos estaduais e municipais no atendimento da população negra.

“São esses entes que prestam o serviço final e eles devem estar preparados para atender a clientela negra que exige cuidado especial. O negro é mais propenso a desenvolver doenças como diabetes e hipertensão, que acarretam diversas complicações. Em mulheres negras grávidas é altíssimo o índice de mortalidade materna por problemas no parto devido à hipertensão”.

A análise dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE) demonstra que a população negra representa 67% do público atendido pelo SUS. A ministra adiantou que entre os pontos do documento final elaborado pelo fórum está a construção de parceria entre a Seppir, o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde para incluir conteúdos de população negra no currículo das universidades públicas de medicina.

“Nossa ideia é criar uma geração de profissionais preparados para lidar com a realidade da população brasileira. Pesquisas apontam um tratamento diferenciado para os negros. As consultas tendem a ter um tempo menor e muitas vezes o médico sequer toca no paciente para fazer um exame mais detalhado”, disse Luiza.

Outro ponto destacado pela ministra é o crescente aumento no índice de contágio de mulheres jovens negras pelo vírus HIV. “As mulheres ainda têm dificuldades de negociar o uso do preservativo e também precisamos considerar a escassez de acesso aos serviços de saúde disponíveis onde grande parte da população negra mora”, ressaltou a ministra.

A atividade termina hoje (4) e conta com parceria do Ministério da Saúde e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

Fonte Agência Brasil

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