Uma cápsula oral diária para o tratamento da esclerose múltipla se apresenta como alternativa aos portadores da doença para melhorar sua qualidade de vida e reduzir o abandono do tratamento. Além de evitar o incômodo das injeções diárias, o medicamento oral demonstra eficácia 52% superior na diminuição dos surtos provocados pela doença em comparação aos tratamentos convencionais.
Ontem, 30 de agosto, foi lembrado o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla. A data faz um alerta para a importância do tratamento contínuo dessa doença neurológica crônica que atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo — geralmente jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos.
De acordo com estudos internacionais, 59% dos pacientes interrompem o tratamento com injeções em um período de dois anos. As principais razões são: falta de percepção de eficácia (39%) e efeitos colaterais (38%), seguidos por fatores variados (23%), que incluem falta de motivação, dificuldades relacionadas ao tratamento — para viajar, por exemplo —, dores e desconforto psicológico relacionado às aplicações. Logo após a interrupção do tratamento, a atividade da doença volta aos níveis pré-tratamento.
— O medicamento administrado por via oral representa um grande avanço, visto que não há necessidade de injeções — considera o neurologista Osvaldo Nascimento, professor de Neurologia da Universidade Federal Fluminense.
Saiba mais
:: A esclerose múltipla é uma doença autoimune, ou seja, manifesta-se quando o organismo confunde células saudáveis do sistema nervoso central com intrusas, e as "ataca", provocando lesões cerebrais.
:: O diagnóstico é basicamente clínico, podendo ser complementado por ressonância magnética.
:: Os sintomas mais frequentes são fadiga, formigamentos, perda de força, falta de equilíbrio, espasmos musculares, dores crônicas, depressão, problemas sexuais e incontinência urinária.
:: Hoje, no Brasil, existem diversas opções de tratamento, incluindo cápsula oral diária ou injeções diárias, semanais e mensais.
Fonte Zero Hora
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