O Estresse Pós-Traumático é uma condição que pode levar à ansiedade e depressão, além de contribuir para que determinadas fobias se desenvolvam. É um medo que não vai embora após o indivíduo vivenciar uma situação limite, como aquela onde a sua vida esteve em risco.
Além de acompanhamento psicológico, diversos estudos já indicaram que uma forma de diminuir os sintomas do Estresse Pós-Traumático, ou EPT,é alterar, de alguma forma, as memórias associadas ao incidente ao qual a pessoa foi expostas. Há vários estudos que procuram fármacos que possam atenuar essas lembranças ruins, afinal a memória é um mecanismo físico-químico do cérebro e agir sobre sua formação poderia ser uma alternativa viável para desvincular uma memória de outros mecanismos neuronais.
Agora uma pesquisa feita pela Universidade de Tel Aviv em conjunto com a Universidade Ben-Gurion de Negev, ambas em Israel, aponta para intervenções no sono como uma alternativa para diminuir os sintomas do EPT.
O estudo, publicado no periódico Neuropsychopharmacology, diz que para evitar que um indivíduo que passou por um evento traumático desenvolva EPT, o ideal é privá-lo de sono nas primeiras seis horas após o trauma.
De acordo com os pesquisadores o sono contribuiria para que as memórias ficassem vívidas, e ao ficar sem dormir essas lembranças se tornariam menos intensas, facilitando intervenções futuras.
Aproximadamente 20% das pessoas que vivenciaram um evento traumático, como um acidente de carro ou no trabalho, ou então mesmo violência urbana e conflitos armados, não conseguem mais ter uma vida normal graças aos sintomas de EPT. Essas pessoas retêm as memórias por anos a fio, deixam a vida diária comprometida e, em casos extremos, a pessoa fica completamente incapacitadas do ponto de vista psicológicos, explicam Hagit Cohen e Joseph Zohar, principais autores da pesquisa.
“Não é incomum que as pessoas que atendem esses indivíduos traumatizados sugiram que a melhor forma de lidar com o assunto recentemente vivido é fazendo com que eles ‘descansem’ ou durmam, muitas vezes utilizando remédios para dormir”, explica Cohen.
“Mas como a memória é um dos principais componentes do EPT, e o sono facilita a consolidação das memórias de uma forma geral, nossa hipótese era que agir sobre esse mecanismo – privando as pessoas desse sono imediantamente após um incidente – pudesse aliviar o trauma”, completa o pesquisador.
A partir de resultados em modelos animais os pesquisadores afirmam que evitar que a pessoa durma é muito eficiente para fazer a memória traumática menos vívida.
“Os índices de EPT em modelos animais que passaram por situações de extresse extremo e traumático foi similar ao de populações humanas, entre 15% e 20%, quando esses animais eram induzidos ao sono logo após o evento. Ao interromper esse ciclo do sono esses índices caíram significativamente”, dizem os autores.
“Acreditamos que os resultados são bastante surpreendentes e com certeza isso poderia ajudar pessoas a lidar com o EPT de forma eficiente. Nossa pesquisa pode romper com os paradigmas existentes no tratamento da EPT e levar a novas descobertas médicas”, finaliza Cohen
Fonte O que eu tenho
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