Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Check-up padrão não traz benefício, sugere estudo

Procedimento realizado em um check-up deve levar
em conta as características individuais do paciente
Ainda que exames preventivos sejam importantes, os resultados podem diagnosticar doenças cujo tratamento acarretaria efeitos colaterais desnecessários
 
Check-ups padronizados, que se limitam a seguir uma lista de exames preestabelecidos, podem não trazer benefício algum. Um levantamento feito pela Colaboração Cochrane - organização internacional especializada em revisar estudos da área médica - chegou à conclusão de que esse tipo de procedimento não reduz a mortalidade de modo geral nem a mortalidade por doenças cardiovasculares e câncer, duas das condições que mais se beneficiam com o diagnóstico precoce.
 
A revisão levou em conta 14 estudos que envolveram, no total, 182.880 participantes. Cada pesquisa avaliou dois grupos de voluntários: um submetido a check-ups periódicos e outro limitado a receber atendimento médico padrão. "Levando em conta o grande número de participantes, além do longo período de seguimento, e considerando que a mortalidade cardiovascular e por câncer não foi reduzida em relação ao grupo controle, check-ups padronizados provavelmente não são benéficos", diz o artigo da Cochrane.
 
Consultas e exames preventivos continuam sendo importantes. Mas os pesquisadores sugerem que o procedimento leve em conta as características individuais do paciente - como idade, histórico clínico, histórico familiar de doenças, hábitos de vida -, o que permitiria uma prevenção mais focada e evitaria a indicação de testes desnecessários. No balanço final, alguns exames podem resultar em mais malefícios que benefícios.
 
Uma possibilidade é que testes indicados inadequadamente diagnostiquem condições que não trariam sintomas ao longo da vida do paciente e cujo tratamento acarretaria efeitos colaterais desnecessários. O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Ademir Lopes Junior, concorda com o resultado do levantamento. "Se peço um exame para uma pessoa saudável, espero poder descobrir uma doença que apresente um tratamento. E que, ao fazer esse tratamento precocemente, o paciente seja beneficiado", diz Junior.
 
O médico ainda dá o seguinte exemplo: se começarem a medir sistematicamente o colesterol de crianças sem fator de risco, provavelmente algumas apresentarão resultados discretamente alterados. Caso recebam tratamento medicamentoso, é bem provável que os efeitos colaterais sejam mais prejudiciais que o colesterol alterado.

Fonte iG

Nenhum comentário:

Postar um comentário