Com pacto com farmacêutica multinacional GlaxoSmithKline (GSK), Amoxil passa
a ser fabricado no Brasil; empresa não sabe informar se preço do medicamento vai
cair
SÃO PAULO - A farmacêutica multinacional GlaxoSmithKline (GSK) terceirizou a
produção de um antibiótico para o Instituto de Tecnologia em Fármacos
(Farmanguinhos), da Fiocruz, no Rio. A parceria, inédita nessa área, terá
duração de ao menos cinco anos.
A farmacêutica também tem um outro acordo com a Fiocruz - no caso, com a
unidade Biomanguinhos - desde 2010 para produção da vacina pneumocócica
conjugada. A produção é feita para o Ministério da Saúde para que a vacina seja
distribuída gratuitamente na rede.
Com o acordo firmado com Farmanguinhos, o antibiótico Amoxil - que é
amplamente comercializado no País - passará a ser fabricado no Brasil. Antes,
ele era produzido em uma unidade da GSK no México e importado para o País. A GSK
não informou se o fato de a fabricação agora ser no Brasil refletirá na redução
do preço da droga.
As primeiras unidades dos comprimidos de Amoxil (amoxilina, na versão de 875
mg) foram entregues à farmacêutica em junho deste ano. O segundo lote foi
entregue no final de outubro. Até agora já foram liberadas 29.206 caixas do
antibiótico - o que representa 453.970 comprimidos. O volume total a ser
fabricado dependerá da demanda.
Cooperação
Segundo o diretor executivo de Farmanguinhos,
Hayne Felipe da Silva, a parceria com a GSK é um acordo de cooperação em que os
técnicos da Farmanguinhos estão simultaneamente aprendendo a tecnologia de
produção de comprimidos revestidos e também prestando serviço para a GSK. "Ao
mesmo tempo que aprendemos essa tecnologia, produzimos o medicamento para a GSK
vender no mercado privado. É diferente do outro acordo, com Biomanguinhos, que
prevê produção de vacina para o Ministério da Saúde distribuir na rede pública",
explica Silva.
Segundo ele, essa parceria é importante porque demonstra que o instituto tem
nível de excelência tecnológica e de qualidade comparado aos laboratórios
farmacêuticos reconhecidamente de alto padrão. Além disso, ainda permitirá que
Farmanguinhos produza outros medicamentos com esse tipo de revestimento, caso
seja necessário. "Tem o lado econômico também. Além de aprendermos, nós
recebemos pelo serviço prestado", diz Silva.
A unidade de Farmanguinhos tem capacidade para produzir até 900 mil
comprimidos por mês para este medicamento. "Essa é uma demanda inicial e a
parceria abre perspectivas para a cooperação técnico-científica para o
desenvolvimento de outros produtos", afirmou.
Para que a iniciativa desse certo, houve transferência de tecnologia,
colaboração científica e a capacitação profissional na produção de penicilina.
"O objetivo é ampliarmos nossa capacidade produtiva no País, tendo como parceiro
um laboratório de referência, com alto nível de expertise técnico e excelência
operacional, como Farmanguinhos", afirmou Cesar Rengifo, presidente da
GlaxoSmithKline no Brasil.
Fonte Estadão
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