Brasília - O Ministério da Saúde criou um Comitê Intersetorial de Atenção
Integral às Pessoas Celíacas para elaborar, planejar, monitorar e avaliar as
políticas de atenção voltadas para cerca de 1 milhão de celíacos que existem
hoje no Brasil. A medida foi publicada nessa terça-feira (18).
A doença celíaca é autoimune. O portador tem intolerância permanente ao
glúten, uma proteína encontrada no trigo, na cevada, no centeio, na aveia e em
seus derivados. Nos celíacos, o glúten, que está presente em pães, biscoitos e
uma infinidade de alimentos, desencadeia a produção de anticorpos no intestino
delgado, que inflamam as paredes intestinais e dificultam a absorção de
nutrientes.
De acordo com a nutricionista Lucélia Costa, presidente da Federação Nacional
das Associações de Celíacos (Fenacelbra), os sintomas podem variar, mas os mais
comuns são diarreia crônica (de mais de 30 dias), prisão de ventre, anemia,
falta de apetite, vômitos, emagrecimento, perda ou pouco ganho de peso, atraso
de crescimento ou da puberdade, humor alterado, irritabilidade ou desânimo e
distensão abdominal.
A nutricionista acrescenta que a doença pode causar uma série de problemas
associados, como o hipotireoidismo, vitiligo, a asma, dores articulares, entre
outros. “[A doença celíaca] ainda é desconhecida e subestimada pela maioria da
população e pelos profissionais de saúde [no Brasil]”. Ela pode levar anos para
ser diagnosticada, já que os exames de sangue existentes são, às vezes,
insuficientes para uma conclusão. No entanto, pode ser confirmada por meio de
uma endoscopia, com a biópsia de uma amostra do tecido do intestino delgado.
O celíaco deve se privar de comidas que contenham glúten por toda a vida.
“Qualquer quantidade pode desencadear reações”, ressalta Lucélia. Ela explica
que pode haver ainda restrições a outros alimentos, como o leite, a soja, o
açúcar, o milho e até a alguns medicamentos e produtos de higiene e beleza. Os
alimentos que contêm glúten podem ser substituídos por produtos com fécula de
batata, farinha de milho, amido de milho, polvilho, farinha ou creme de arroz,
araruta ou fubá.
Lucélia alerta que a doença celíaca é herdada dos pais. “Nascemos com a
predisposição genética e o desenvolvimento dependerá dos fatores ambientais e
alimentares“.
Fonte Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário