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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ministério investe para aumentar longevidade e garantir qualidade

O Brasil está inserido no relatório global que confirma aumento
da expectativa de vida mundial, com menos qualidade
Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis é estratégia do governo tendo em vista o aumento da expectativa de vida. Confira o balanço atual da saúde e quais são as próximas ações do Ministério
 
O Brasil está inserido no relatório global que confirma aumento da expectativa de vida mundial, com menos qualidade. O Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, lançado pelo Ministério da Saúde, visa reverter esse cenário
 
O relatório Global Burden of Disease Study 2010 (GBD 2010), publicado no The Lancet, um dos jornais médicos mais respeitados da Inglaterra, revelou que a população de todo o mundo tem vivido mais, que a mortalidade infantil apresentou queda, porém as pessoas têm levado um estilo de vida menos saudável. O Brasil está inserido neste contexto mundial, por isso o governo brasileiro vem investindo em políticas de saúde para aumentar a longevidade e garantir qualidade de vida.
 
“O grande esforço do Ministério da Saúde, além de continuar mantendo o aumento da expectativa de vida, é incorporar qualidade a esses anos que estamos ganhando. Lançamos, em 2011, o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, justamente, em resposta a esse cenário”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
 
O estudo teve a colaboração de 486 autores de mais de 50 países e levou cinco anos para ser concluído. O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, foi um dos entrevistados da publicação. “O SUS está atento à prevenção das doenças crônicas e à diminuição dos fatores de risco, como sedentarismo, alimentação não-balanceada e tabagismo. Com isso, teremos idosos e adultos mais saudáveis, diminuindo a prevalência dessas doenças”, destacou o secretário.
 
Ele explica que o aumento da expectativa de vida é reflexo da redução da mortalidade infantil e da mortalidade precoce de crianças e jovens. “Os estudos de mortalidade e inquéritos de morbidade são essenciais para subsidiar as políticas públicas. Hoje, temos uma série de ações que não existiam há alguns anos atrás. Quanto mais a população envelhece, mais o Sistema Único de Saúde (SUS) se esforça para oferecer programas que promovam melhoria nos hábitos de vida dos brasileiros.”, ressalta o secretário.
 
O trabalho foi conduzido pelo Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde (IHME), da Universidade de Washington, e reforça tendências já observadas pelo Governo Federal: uma em cada quatro mortes no mundo foram causadas por doenças cardíacas ou acidente vascular cerebral (AVC). Somente em 2010, as doenças do aparelho circulatório foram responsáveis por mais de 320 mil óbitos no Brasil.
 
Crônicas
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem a principal causa de óbitos no mundo. No entanto, na última década, observou-se uma redução de aproximadamente 20% nas taxas de mortalidade por essas doenças no Brasil, o que pode ser atribuído à expansão da Atenção Básica, melhoria da assistência e redução do consumo do tabaco desde 1990, mostrando importante avanço na saúde dos brasileiros. No País, as DCNT são responsáveis por 72% das causas de morte no Brasil.

A taxa de mortalidade por AVC – na faixa etária que considera esses óbitos como mais evitáveis – ou seja até os 70 anos de idade – reduziu 32,6% entre 2000 e 2010. Nesta faixa, o índice caiu de 27 mortes para 18 mortes para cada 100 mil habitantes, o que representa uma redução média anual de 3,2%. Em 2010, foram registrados 33.369 óbitos de pessoas com até 70 anos, por AVC.
 
De acordo com a pesquisa, a mortalidade infantil e a desnutrição diminuíram em todo mundo entre 1990 e 2010. Relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), destaca que o Brasil já alcançou os índices de redução definidos pelas metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODB), em relação à mortalidade de crianças menores de cinco anos. O acordo previa a redução em 2/3 da mortalidade desse público entre 1990 e 2015. De acordo com a ONU, o Brasil teve redução de 73% das mortes na infância desde 1990.
 
Vigilância
A publicação revela que maus hábitos alimentares e sedentarismo correspondem a 10% do adoecimento global. O sobrepeso foi apontado como responsável por três milhões de mortes ao redor do mundo em 2010. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde anualmente desde 2006, retrata hábitos de vida da população brasileira e mostra que o excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos seis anos no Brasil. No entanto, o Vigitel aponta que o percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16%, em 2009, para 14,1% em 2011. Na população brasileira, 39,6% dos homens se exercitam regularmente, enquanto nas mulheres a frequência é de 22,4%.
 
Já o número de fumantes permanece em queda no Brasil. Segundo a pesquisa, de 2006 a 2011, o percentual de fumantes passou de 16,2% para 14,8%. A incidência de homens fumantes no período 2006-2011 diminuiu a uma taxa média de 0,6 % ao ano, segundo o Vigitel 2011. A frequência é menos da metade do índice de 1989, quando a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou 34,8% de fumantes na população.
 
Plano promove hábitos de vida saudáveis
Para frear a obesidade e o sedentarismo, que são fatores de risco importantes para doenças crônicas, e promover hábitos de vida mais saudáveis, o Ministério da Saúde prevê uma série de iniciativasno Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis através de parcerias com o setor privado e outras pastas do governo.
 
O Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. A meta é construir quatro mil polos até 2014. Atualmente, há mais de 2,6 mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da saúde. O programa recebe investimentos de R$ 371 milhões.
 
Para melhorar a dieta dos brasileiros e qualidade de vida, o Ministério da Saúde firmou um acordo com a indústria alimentícia que prevê a redução gradual do teor de sódio em alimentos processados. Desde 2011, o governo firmou três termos de compromisso para que várias categorias de alimentos sejam produzidas com menos sódio. Somados os três convênios, a previsão é de que, até 2020, estejam fora das prateleiras mais de 20 mil toneladas com o teor deste alimento. Se o consumo de sódio for reduzido para a recomendação diária da OMS (menos de cinco gramas por pessoa diariamente), os óbitos por AVC podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto em 10%. Ainda estima-se que 1,5 milhão de brasileiros não precisaria de medicação para hipertensão e a expectativa de vida seria aumentada em até quatro anos.
 
Medicamentos
O Saúde Não Tem Preço, marca do Farmácia Popular, é uma das ações prioritárias para o controle das doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. Desde o início da ação, em janeiro de 2011, mais de 12 milhões de pessoas já retiraram medicamentos gratuitos para o tratamento dessas doenças. No último mês, mais de 4,5 milhões foram beneficiadas com os 11 medicamentos disponíveis. Esse número é quatro vezes maior, se comparado a janeiro do ano passado, quando 853 mil pacientes foram atendidos.
 
Além de aumentar o acesso, a oferta destes medicamentos contribui para a redução no número de internações por diabetes e hipertensão no SUS. De 2010 para 2011, o número de pacientes internados por diabetes caiu de 148 mil para 145 mil. No caso de hipertensão, verifica-se também uma redução de mais de oito mil internações de um ano para o outro. Os medicamentos estão disponíveis nas mais de 22 mil farmácias em todo o país. Para ter acesso, basta apresentar receita médica, documento de identidade e CPF.
 
MS confirma queda das doenças transmissíveis
Por outro lado, o periódico destacou que a incidência de doenças infecto-contagiosas caiu vertiginosamente nas últimas décadas. Os dados do Ministério da Saúde confirmam a tendência mundial e registram queda expressiva nos números de doenças transmissíveis nos últimos 10 anos, como tétano, sarampo, dengue, tuberculose, diarreias e síndromes respiratórias.
 
No Brasil, os dados corroboram com a publicação, apontando redução nos números de destas doenças transmissíveis nos últimos 10 anos. A queda no número de casos de tétano no Brasil é atribuída à vacinação de rotina e ao reforço na imunização dos chamados grupos de risco. Neste período, o número de casos caiu 44%. Enquanto em 2001, o País registrou um total de 578 casos, em 2011 foram 327. No caso do tétano neonatal a redução foi ainda maior, superando os 80% de 2001 a 2011, caindo de 37, para seis casos, respectivamente.
 
O sarampo já foi responsável por uma parcela importante da carga epidemiológica das doenças infecciosas no Brasil, com alta incidência e letalidade até a década de 1990. A meta de eliminação do sarampo nas Américas até o ano 2000 foi estabelecida em 1995 e foi seguida no Brasil por fortes investimentos nas estratégias de vacinação, que se mantêm até o momento. A última cadeia autóctone foi confirmada no Estado do Mato Grosso do Sul, em 2000, quando foi concluída a implantação das vacinas tríplice e dupla viral, que estavam em fase de implantação. Em 2011, foram confirmados 43 casos de sarampo, distribuídos por vários estados; entre eles, sete apresentaram histórico de viagem à Europa e aos Estados Unidos. Os demais foram confirmados por vínculo com os casos importados.
 
Dengue
O número de casos graves de dengue caiu este ano 64% em comparação a 2011. A queda foi muito maior se forem considerados os números de 2010 – percentual de redução de 78%. Enquanto de janeiro ao início de novembro em 2010, os casos graves da doença chegaram a 17.037, no mesmo período de 2012, o número totalizou 3.774. Os óbitos também apresentaram queda de 63% em comparação com 2010. De janeiro até a primeira semana de novembro, foram confirmados 247 óbitos, sendo que no mesmo período de 2010 foram 672 óbitos. Os avanços confirmam a estratégia de enfrentamento da dengue: não apenas de eliminar o mosquito, mas garantir a assistência básica, capacitação dos profissionais e aprimoramento da informatização dos dados de vigilância epidemiológica.
 
Ano passado, o país registrou 71.337 casos de tuberculose. A publicação Saúde Brasil, apresentada pelo Ministério da Saúde em outubro, aponta uma queda média da taxa de incidência da tuberculose de 1,3% por ano, entre 2001 e 2011, totalizando uma taxa de 37,1/100 mil habitantes. Neste período, a quantidade aproximada de óbitos pela doença foi de 4,6 mil.
 
Aproximadamente 78,8 mil internações por diarreia deixaram de ocorrer em 2011 se comparado ao ano de 2001, caindo de 274.383 internações para 195.553 em 2011. Além disso, houve queda expressiva no número de óbitos em menores de um ano, em 75,3%, entre 2000 e 2010, passando de 3.004 óbitos por diarreia para 740 em 2010. Essa diminuição dos casos graves e das mortes em está associado ao conjunto de ações que integram a Política Nacional de Aleitamento, como aumento no número dos bancos de leite no país, o incentivo ao aleitamento materno, a expansão do Bolsa Família, a capacitação dos profissionais da atenção básica para atenção integrada às doenças prevalente na infância e ao Rede Cegonha.
 
Além disso, as Unidades Sentinelas espalhadas por todo o país vêm ajudando a monitorar e combater, de forma rápida, as doenças respiratórias causadas por vírus, como as gripes. Também o Ministério da Saúde atua sistematicamente para combater as chamadas Síndromes Respiratórias. Em 2009, foram notificados 88 mil casos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), esse número caiu drasticamente em 2011 – pouco mais de 4.900 casos. Neste ponto, as vacinas, a gratuidade dos medicamentos, o diagnóstico precoce e o tratamento em todas as unidades básicas de saúde, que também integram as ações de prioridade do Governo, são responsáveis diretos pelo declínio.

Fonte: Agência Saúde – Ascom/MS
 
Por SaudeWeb

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