Foto: Georgia Health Sciences University Dr. Adriana Foster, responsável pela pesquisa |
Cientistas da Georgia Health Sciences University, nos EUA, descobriram que um paciente virtual chamado Denise que pode ajudar os médicos a avaliar o risco de suicídio de cada paciente real no futuro.
"Os médicos de cuidados primários tendem a ser a linha de frente no atendimento a pessoas com doença mental, de modo que precisamos aplicar o mesmo tipo de esforço educacional na avaliação do risco de suicídio que aplicamos no reconhecimento de um ataque cardíaco", explica a pesquisadora Adriana Foster.
Segundo Foster, a avaliação do risco de suicídio deve ser imprescindível e ela espera que Denise, mãe e esposa procurando atendimento psiquiátrico para insônia e transtorno de humor, possa ajudar.
Suicídio está ocorrendo mais cedo e com mais frequência nos Estados Unidos do que nunca. Taxas aumentaram até 25% na última década, para 12,4 por 100 mil indivíduos por ano. É a segunda principal causa de morte entre estudantes universitários e terceira para pessoas com idades entre 15 e 24 anos, de acordo com a Fundação Americana de Prevenção ao Suicídio. Cerca de 20% dos alunos do ensino médio relatam ter considerado seriamente o suicídio nos últimos 12 meses.
O novo trabalho com estudantes de medicina está ajudando a determinar se a oportunidade de fazer perguntas difíceis sobre o risco de suicídio para um paciente virtual (simulado por computador) pode ajudar as famílias reais a evitar esta tragédia.
Quarenta estudantes de medicina do segundo ano assistiram a um vídeo de um médico entrevistando um paciente com um transtorno de humor. A entrevista incluiu uma avaliação de risco de suicídio. Outros 40 alunos entrevistaram Denise eletronicamente.
Mais tarde, todos os alunos vão para o centro de habilidades clínicas entrevistar um ator interpretando um paciente com transtorno de humor. Um subgrupo vai também interagir com um segundo ator com problema de saúde mental diferente. Estes atores são treinados para retratar e denunciar sintomas associados a uma determinada condição.
"Esperamos que esta abordagem possa ajudar futuros praticantes a lidar com questões realmente difíceis, como o suicídio, psicose, ansiedade e depressão", observa Foster.
Os pesquisadores acreditam que os alunos que interagem com Denise serão mais capazes de avaliar o risco de suicídio em pacientes padronizados. Se eles estiverem certos, os pesquisadores querem compartilhar Denise com outros estudantes de medicina.
"A maioria dos suicídios não acontece do nada e a maioria dos indivíduos suicidas está aberta à intervenção. A maioria das pessoas é realmente ambivalente sobre isso e procura ajuda, tornando a avaliação do médico e a atenção da família e dos amigos ainda mais importante. Há vários estigmas que supões que amigos e familiares nunca devme falar. Mas quando você é um médico, muitos de seus pacientes vão ter esses tipos de transtornos, além de distúrbios físicos. Queremos que nossos alunos estejam preparados e não tenham medo de fazer perguntas", conclui Foster.
A equipe pretende ainda estudar o impacto a longo prazo de Denise sobre os alunos.
Fonte isaude.net
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